Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Contos naturalistas da Guerra do Paraguai

2024; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 31; Issue: 63 Linguagem: Português

10.12957/matraga.2024.83119

ISSN

2446-6905

Autores

Leonardo Mendes, Muller D. Gomes,

Tópico(s)

Indigenous Studies in Latin America

Resumo

A guerra é um dos temas naturalistas que foi obscurecido pela centralidade atribuída ao determinismo biológico na caracterização do movimento. A visão caricatural de uma literatura cientificista, fracassada e antiartística, obliterou significativamente os corpora naturalistas produzidos no Brasil. Neles, encontramos ficções sobre a Guerra do Paraguai (1864-1870) e a vida militar que aproximam o naturalismo no Brasil de experiências semelhantes retratadas no naturalismo francês relacionadas à Guerra Franco-Prussiana (1870- 1871). Os textos abordam o conflito a partir de vários ângulos, mas concordam que as situações criadas por ele são absurdas. O sentimento de horror e desengano que marca essa literatura a aproxima da vertente do “naturalismo desiludido” (Baguley, 1990), cuja principal estratégia era romper com o gênero clássico da guerra – a epopeia – como matriz do romance moderno. São histórias sobre viagens fracassadas e conflitos irresolvidos que assumem um posicionamento crítico às guerras e ao militarismo. Neste trabalho, vamos testar a hipótese em três contos brasileiros do fim do século XIX sobre a Guerra do Paraguai: “Vampa” (1890), de Oscar Rosas; “Uma noite” (1895), de Machado de Assis; e “Maria sem tempo” (1891), de Domício da Gama.

Referência(s)