Artigo Acesso aberto

Malandragem, vadiagem e trabalho no Rio de Janeiro do pós-abolição

2024; Editora Univates; Volume: 21; Issue: 10 Linguagem: Português

10.54033/cadpedv21n10-316

ISSN

1983-0882

Autores

Alessandra Tavares,

Tópico(s)

Urban and sociocultural dynamics

Resumo

A malandragem como prática social foi amplamente abordada na forma de personagens da literatura brasileira, desde o século XIX. Eram tipos populares com características próprias que estariam atravessados pelo binômio ordem/desordem, ou seja, vivendo os desafios morais em seus cotidianos. Com base na ficção é que uma espécie de “sociologia da malandragem” (Rocha) se desenvolve, ao refletir a respeito do conceito e/ou práticas de determinados sujeitos sociais quanto problema. Os debates a respeito da malandragem entram nas pautas de compreensão do povo brasileiro a partir do sujeito malandro, que estaria em algum lugar social “dialético” (Cândido), possuía um “jeitinho” específico de ser (D’ Matta) e que era mestiço e sambista (Matos). A questão que motiva esta pesquisa, no entanto, busca abordar como a malandragem quanto conceito e prática social esteve intimamente ligada com a perseguição da ‘vadiagem’ (Terra) e produziu “imagens de controle” (Collins), que fundamentou o controle e as perseguições aos corpos de pessoas negras, sobretudo, homens negros no pós-abolição. O objetivo é propor uma reflexão a respeito da autodefinição feita por grupos de trabalhadores portuários, categoria muito perseguida pelas leis de vadiagem, como contraponto às generalizações a respeito de seus corpos. Na construção de discursos de si que estavam na inteface entre a crítica social e a construção coletiva de estratégias de se colocarem socialmente.

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