Da iconicidade em "Asa Branca"
2024; UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ; Volume: 13; Issue: 3 Linguagem: Português
10.22168/2237-6321-32724
ISSN2237-6321
Autores Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoEste artigo apresenta uma análise semiótica da canção “Asa Branca”, gravada por Luiz Gonzaga em 1975 pela RCA Camden, com o propósito de investigar os procedimentos enunciativos do cantor pernambucano que produzem na canção um efeito particular de iconicidade apontado pelo professor e músico baiano Paulo Costa Lima. Esse efeito já foi descrito por Greimas e Courtés como ilusão referencial (2013), e por Jacques Fontanille como um processo de estabilização dos formantes figurativos da linguagem (2005). Em “Asa Branca”, os procedimentos de iconização parecem alcançar também um caráter sinestésico em razão do sincretismo de melodia e letra, conforme apontamentos de Jean-Marie Floch (1986). Para dar conta dessa análise, que demanda um exame integral do sincretismo cancional, adotamos o método hipotético-dedutivo da Semiótica Discursiva de Aljirdas Julien Greimas (2014), além de sua vertente tensiva conduzida por Claude Zilberberg (2006, 2011), e da Semiótica da Canção de Luiz Tatit (1997, 2012, 2014). Também recorremos às formulações de Fontanille e Zilberberg sobre o devir (2001), e aos estudos de Hans-Joachim Koellreutter sobre harmonia funcional (2018) para descrever o modo como a estrutura harmônica contribui para a construção de efeitos iconizantes e sinestésicos na canção.
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