O CULTO DOS SANTOS E DAS RELÍQUIAS NA POLÍTICA DOS PRIMEIROS REIS PLANTAGENETAS

2023; Volume: 22; Issue: 1 Linguagem: Português

10.18817/brathair.v22i1.2764

ISSN

1519-9053

Autores

Isadora Cristine Martins, Edina Bozóky,

Tópico(s)

Classical Antiquity Studies

Resumo

A veneração de santos e suas relíquias pelos primeiros Plantagenetas fez parte de sua política de construção do “Império” e da consolidação de limites territoriais. Em primeiro lugar, o interesse por certos cultos correspondia à busca pela legitimação dinástica através de um patrono celeste (Eduardo, o Confessor, Edmundo, Marçal e Valérie, a exumação das reliquias em Fécamp, a descoberta das tumbas de Arthur e Guinevere), ao passo que Thomas Becket se tornava rapidamente o novo patrono do reino. Algumas questões em relação às relíquias refletem a simbologia da transferência de poder (o roubo das relíquias de São Petroc de Bodmin, o caso da mão de São Tiago em Reading, o traslado das relíquias de São Valério). A presença de reis em importantes cerimônias de traslado de relíquias, ou suas visitas a santuários estão ligadas a sua política territorial (Monte São Michel, Rocamadour, Grandmont, o traslado de Santa Frideswida em Oxford, etc.) Finalmente, as relíquias da Terra Santa desempenharam papel importante na cruzada de Ricardo Coração de Leão. A ligação entre política e culto das relíquias explica-se pela crença na virtude presente materialmente nas relíquias, em que a posse e a exaltação do culto devem garantir a proteção celeste do reino.

Referência(s)