Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Perfil de mortalidade dos pacientes adultos e idosos com neoplasias de próstata em Santa Catarina, 2018-2022: retrato de um quinquênio

2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 17; Issue: 61 Linguagem: Português

10.55905/rdelosv17.n61-006

ISSN

1988-5245

Autores

Augusto Kenzo Colombo Ikeda, Pedro Henrique Poeta, Guilherme Gabriel Martini, Pedro Augusto Costa de Mello,

Tópico(s)

Public Health in Brazil

Resumo

Introdução: O câncer de próstata é uma das formas mais comuns de câncer entre homens, sendo a segunda neoplasia mais incidente no mundo, ficando atrás apenas do câncer de pulmão, e a quinta principal causa de morte. Cerca de 62% dos casos ocorrem em pacientes com 65 anos ou mais, sendo mais comum em homens afro-americanos e em certas regiões geográficas, como os EUA. A detecção precoce é crucial, mas o diagnóstico é desafiador devido à natureza silenciosa da doença e à falta de especificidade dos exames como toque retal e pesquisa de antígeno prostático específico (PSA). O Brasil não tem um consenso sobre o rastreamento do câncer de próstata, mas a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda exames regulares a partir dos 50 anos. Fatores de risco incluem idade, etnia afrodescendente, histórico familiar, tabagismo, dieta e obesidade. O envelhecimento da população brasileira destaca a necessidade de políticas públicas para melhorar o rastreamento e o tratamento do câncer de próstata. O objetivo do estudo é analisar o perfil de mortalidade de pacientes com câncer de próstata em Santa Catarina entre 2018 e 2022. Objetivo: Analisar o perfil de mortalidade dos pacientes adultos e idosos em Santa Catarina no intervalo de tempo entre 2018 e 2022. Metodologia: O estudo analisou mortes por câncer de próstata em Santa Catarina entre 2019 e 2023, usando dados do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde. Foram considerados pacientes com mais de 20 anos, divididos por faixa etária, cor/raça, macrorregião de saúde e escolaridade. O projeto seguiu princípios éticos do Conselho Nacional de Saúde e não necessitou de avaliação de um Comitê de Ética em Pesquisa, por utilizar dados de acesso público. Resultados: Entre 2018 e 2022, houve 2.604 mortes por câncer de próstata em Santa Catarina. A média anual foi de 520,8 mortes, com picos em 2018 e 2019. A maioria das vítimas era branca (89,47%), enquanto os indígenas registraram apenas 4 mortes. As macrorregiões de saúde mostraram variações, com Foz do Rio Itajaí tendo a menor taxa (8,67%) e Planalto Norte e Nordeste, a mais alta (20,27%). Quanto à escolaridade, os extremos (sem estudo e com 12 anos ou mais) tiveram as menores taxas, enquanto pessoas com 4 a 7 anos de estudo apresentaram a maior taxa (37,32%). Discussão: A mortalidade de CaP por faixa etária em Santa Catarina corrobora com a abrangência de estudos nacionais e com a transição epidemiológica acentuada, confirmando o efeito crônico da neoplasia como mais incidente em populações idosas. Os óbitos predominantes na macrorregião do Planalto Norte estabelecem uma relação entre a herança cultural dos povos italianos com a alimentação rica em gorduras, elemento evidente da causalidade entre desenvolvimento de câncer de próstata e dieta saudável. A principal ferramenta de prevenção da neoplasia prostática é o rastreamento populacional, aspecto totalmente dependente do grau escolar dos pacientes, que no, presente estudo, predominaram óbitos em indivíduos com ensino fundamental incompleto, evidenciando que o maior grau de estudo relaciona-se com maior busca de rastreamento e adesão ao tratamento no câncer prostático.

Referência(s)