IMPACTO DA COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE SERVIÇO DE REFERÊNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
2024; Arche Scientific and Editorial Consultancy; Volume: 10; Issue: 11 Linguagem: Português
10.51891/rease.v10i11.16594
ISSN2675-3375
AutoresCatarina Mayer Soares Ogasavara Beggiato, Isabella Burger Bittencourt, Leonardo Ryoiti Matsugano, Maria Júlia Timmermann, Vanessa Gisele Pasqualotto Severino, Vitória Sprenger,
Tópico(s)Health Education and Validation
ResumoAs temidas “más notícias” impactam drasticamente na vivência de seu ouvinte, devido às repercussões potencialmente negativas por elas causadas. Justamente por seu conteúdo sensível, a forma com que são transmitidas exige eficiência e empatia – valores que raramente estão presentes na prática dos profissionais de saúde. O objetivo do relato é demonstrar a importância de seguir protocolo de comunicação de más notícias, a fim de construir relação profissional-paciente acolhedora em contrapartida com o observado atualmente. O presente relato foi obtido por meio de vivências de seis estudantes ao fim de sua graduação na medicina, evidenciando falha grave na comunicação em serviços de saúde de referência. Vale ressaltar o caso, no qual era necessário expor o diagnóstico de câncer peniano. Momentos prévios à comunicação, o paciente havia relatado ideação suicida caso fosse necessário amputar o membro. A frase “Vamos ter que cortar metade desse pinto aí. É câncer, já está sabendo?” Evidenciou a falta de preparo e empatia que ocorre mesmo em serviços universitários responsáveis por educar novas gerações profissionais. A quebra da relação pode, portanto, frustrar o entendimento das expectativas do paciente quanto ao tratamento ou deixar de envolvê-lo no seu planejamento. Pode também gerar falhas de comunicação, como a incompreensão sobre prognóstico ou finalidade do tratamento. Nesse cenário, a comunicação de más notícias é otimizada com procedimento escalonado, como a ferramenta “SPIKES”. A sigla em que “S” compreende acomodar o paciente confortavelmente; “P”, realizar perguntas abertas para entender sua percepção; “I”, compreender o quanto ele deseja saber; “K”, comunicar a notícia; “E” acolher as emoções com empatia; “S” discutir o plano de tratamento com o paciente. Por fim, faz-se necessária a familiarização dos profissionais de saúde com protocolos próprios como “SPIKES”, visando melhorar a experiência do paciente com o adoecimento, não os deixando desamparados como no exemplo discutido.
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