Voz do Cais do Valongo
2024; FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS; Volume: 16; Issue: 25 Linguagem: Português
10.12660/rm.v16n25.2024.90400
ISSN2176-8943
Autores ResumoApós trabalho de campo realizado entre 2018 e 2020 junto a guias de turismo no Circuito de Herança Africana no Rio de Janeiro, chamou minha atenção a forma como muitos desses guias anunciavam o passeio como se fosse guiado pelo próprio Cais do Valongo no papel de testemunha dos escravizados que nele pisaram. Pretendo mostrar que imputar uma voz e a condição de testemunha a um bem patrimonial pode ser ferramenta valiosa nas disputas de usos e atribuição de sentidos do patrimônio. Olho, portanto, para o processo pelo qual distintos indivíduos vêm progressivamente coproduzindo sua relação com as memórias sensíveis da escravidão utilizando o Cais como testemunha histórica de um dos maiores crimes contra a humanidade.
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