Artigo Acesso aberto

memória difusa de um passado/presente traumático: algumas questões sobre um termo associado a tortura em torno de uma polêmica recente

2021; UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA; Volume: 26; Issue: 45 (jul./dez.) Linguagem: Português

10.22478/ufpb.2317-6725.2021v26n45.59807

ISSN

2317-6725

Autores

Carlos Américo Pereira de Oliveira Júnior,

Tópico(s)

Political Theology and Sovereignty

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir a relação entre história e memória. Partindo do episódio em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, diz a frase “quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda, tubaína”, percorro os caminhos da conturbada relação entre história e memória tendo em vista que o site Diário do Centro do Mundo (DCM) publicou uma matéria se referindo à “tubaína” como um tipo de tortura. Discuto a questão da memória de militantes e vítimas da ditadura, que foram ouvidas pela reportagem do DCM, e que leram nas entrelinhas das palavras de Bolsonaro uma referência ao passado traumático, tentando entender os motivos pelos quais a memória evocou essa reminiscência à luz da memória difusa em um presente revestido de novos e perigosos traumas. Na elaboração do artigo, procuro contextualizar a discussão do tema da cloroquina, demarcando o campo de oferta de alternativa à pessoas de direita e de esquerda, seguindo uma intervenção de dois militantes que numa live confirmaram, embora de modo hesitante, a associação do termo “tubaína” à tortura por afogamento.

Referência(s)