SÍNDROME DE BOERHAAVE
2024; Volume: 4; Issue: 12 Linguagem: Português
10.37951/2675-5009.2024v4i12.124
ISSN2675-5009
AutoresM. J. M. de Almeida, Leandro Barbosa de Moura, T. Veríssimo, Rodrigo Carvalho, Guilherme R. Souza, Robson Brum Guerra, Guilherme M. Arantes, Leonardo Soares dos Santos, Bruno M. Silva, Henrique Lima,
Tópico(s)Esophageal and GI Pathology
ResumoINTRODUÇÃO: A Síndrome de Boerhaave (SB) é definida como a ruptura espontânea do esôfago, uma condição rara, mas potencialmente fatal com elevado índice de morbimortalidade, constituindo a perfuração mais letal do trato gastrointestinal. RELATO DE CASO: Paciente, masculino, 49 anos, etilista, apresenta quadro de dor torácica de cinco dias de evolução, desencadeados por êmese devido à libação alcoólica. Apresenta-se normotenso, normocárdico, afebril e eupneico. Expansibilidade torácica preservada, enfisema subcutâneo torácico e cervical à esquerda, e redução do murmúrio vesicular ipsilateral. Solicitado Tomografia Computadorizada (TC) de tórax e evidenciado enfisema de partes moles nos espaços cervicais, derrame pleural à esquerda e pneumomediastino. Paciente submetido a esofagostomia cervical em dupla boca, gastrostomia (GTT) convencional, drenagem pleural fechada à esquerda e terapia complementar com vácuo endoscópico. Ocorreu boa evolução pós-operatória com reconstrução do trânsito esofágico na mesma internação. DISCUSSÃO: O diagnóstico da SB representa um verdadeiro desafio, e seu tratamento, seja ele cirúrgico ou não, deve ser instituído imediatamente, visto elevada morbimortalidade. Embora o Tratamento Não Operatório (TNO) seja reservado para pacientes selecionados, existe uma tendência em adotar Tratamento Operatório (TO) agressivo para paciente com diagnóstico tardio, complicações locais ou sistêmicas. Terapias complementares como stent esofágico ou vácuo endoscópico, têm mostrado resultados promissores com menor invasividade e redução da taxa de mortalidade. CONCLUSÃO: A SB deve ser lembrada como diagnóstico diferencial de dor torácica no departamento de emergência. Apesar da escassa casuística, o diagnóstico e tratamento precoces constitui o fator prognóstico de maior relevância.
Referência(s)