Artigo Acesso aberto

UM ESTRANHO REMÉDIO CONTRA A LOUCURA:

2023; Volume: 25; Issue: 2 Linguagem: Português

10.22478/ufpb.1516-1536.2023v25n2.66433

ISSN

2763-9355

Autores

Manfred Rommel Pontes Viana Mourão, Maria de Jesus Castro de Oliveira,

Tópico(s)

Urban Development and Societal Issues

Resumo

Este trabalho tem por objetivo estudar as categorias Literatura Fantástica e ironia na obra Sombras de Reis Barbudos (1972), de José J. Veiga, e sua implicação para a escrita da ficção brasileira contemporânea no período da Ditadura Militar (1964-1985). Partimos das concepções de Fantástico contemporâneo, de David Roas (2014), para estabelecermos a relação entre as realidades sócio-histórica e ficcional dos mundos fantásticos. Em seguida, averiguamos a narrativa de Veiga, pontuando como o narrador e a personagem procuram desconstruir a verossimilhança neorrealista, utilizando, para isso, os recursos fantásticos/absurdos. Por fim, por meio da conceituação da ironia, mostramos a negação dos sentidos presentes nesta sátira ao regime militar e aos Aparelhos Ideológicos de Estado, assinalando como a leitura de uma obra de ficção revela uma relação entre a realidade histórica, a ficção e a alegoria. Nosso embasamento teórico vale-se, sobretudo, dos estudos do já citado Roas (2014) e de Gemes (2022) a respeito da Literatura Fantástica e da obra veigueana; de Dalcastagnè (1996), Santiago (2002), Silverman (1995) e Althusser (1998) sobre a Literatura pós-1964 e os Aparelhos ideológicos e repressores; e de Hutcheon (2000), entre outros, sobre a ironia.

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