Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

“Esse menino não come” – Narrativas de mães sobre seletividade alimentar e autismo

2024; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS; Volume: 32; Linguagem: Português

10.1590/2526-8910.ctoao396738481

ISSN

2526-8910

Autores

Brunna Karoliny Pereira Uchoa, Antónia Araújo, Joāo Vicente Menescal, Álvaro Jorge Madeiro Leite,

Tópico(s)

Family and Disability Support Research

Resumo

Resumo Introdução Dificuldades alimentares são cada vez mais presentes na infância, em destaque a seletividade alimentar. A experiência da refeição conjunta para famílias de crianças com autismo e seletividade alimentar é percebida por mães como exaustiva e estressante. Objetivo Compreender as representações maternas acerca da seletividade alimentar de seus filhos com autismo. Método Pesquisa fenomenológica realizada com mães de crianças com autismo e seletividade alimentar. Foram realizadas entrevistas em profundidade para coleta de dados; a interpretação foi feita por intermédio da Análise Temática. Resultados A análise permitiu a formação de cinco categorias. A primeira evidenciou a percepção materna do início dos problemas alimentares durante o aleitamento e introdução alimentar; e as principais dificuldades durante a alimentação. A segunda categoria aborda a descoberta diagnóstica e os sentimentos de insegurança, culpa e alívio desencadeados. Sobrecarga de cuidados, abandono de papéis ocupacionais, autoquestionamentos e estratégias utilizadas para melhorar a alimentação da criança são abordados na terceira categoria. A quarta temática compreende a rede de apoio ofertada por cônjuges e familiares, percebida como insegura, em contrapartida ao apoio substancial de outras mães em situações semelhantes. Medos e desejos futuros foram percebidos e associados a condições de estresse, depressão e ansiedade na quinta categoria. Conclusão A seletividade alimentar provoca esgotamento materno, abandono de papéis ocupacionais, sofrimento psicológico e é disruptiva ao cotidiano familiar. Identificar sinais de riscos e intervir precocemente envolvendo cuidadores parece ser medida crucial às necessidades da problemática. Sugere-se mais estudos que investiguem essas medidas.

Referência(s)