Artigo Acesso aberto Revisado por pares

RAÇA, CULTURA E IDENTIDADE:

2024; Volume: 6; Issue: 15 Linguagem: Português

10.18764/2595-1033v6n15.2023.23

ISSN

2595-1033

Autores

Amelia Lemos,

Tópico(s)

Urban and sociocultural dynamics

Resumo

A paisagem linguistica e cultural, associada à paisagem geográfica, fazem de Moçambique um país muito heterogéneo. Esta heterogeneidade que poderia constituir uma mais valia para a promoção de uma maior igualdade de oportunidades através do que um povo tem de mais precioso, que são as suas línguas, culturas e modos de vida, acaba sendo escamoteada em nome de uma só língua, que promove uma quase harmonização da comunicação, sobretudo a um nível mais formal, por exemplo ao nível oficial (documentos, interação no trabalho, discursos oficiais, etc.). Nesta comunicação pretendemos discutir, servindo-nos de discursos oficiais dirigidos à nação pelo Presidente da República de Moçambique e pelos programas de alguns canais de televisão, de que maneira se pode entender a questão da igualdade de oportunidades num país cuja maioria da população (70%, Censo 2017) não fala ou não domina a língua portuguesa? Como é que a informação veiculada nestes discursos chega a esta maioria? Teremos como base de reflexão conceitos emprestado à antropologia linguistica e cultural (SAPIR ET WHORF, 1956). Apoiar-nos-emos igualmente em conceitos como identidade e plurilinguismo segundo a análise de (CALVET, 2001). Esperamos mostrar que num contexto de diversidade, pretender que apenas uma língua possa garantir a comunicação entre os vários grupos da sociedade é uma utopia.

Referência(s)