Artigo Acesso aberto

Complicações dos implantes de mama: papel dos exames de imagem e principais sinais associados

2024; Brazilian Journal of Development; Volume: 7; Issue: 5 Linguagem: Português

10.34119/bjhrv7n5-547

ISSN

2595-6825

Autores

Ana Carolina Santos Lima, Vitória Fernandes Serafim, Júlia de Moura Erbolato Melo, Ana Carolina Guimarães Carvalhal, Luana Boudakian Lopez, Felipe Basso de Macedo,

Tópico(s)

Women's cancer prevention and management

Resumo

Introdução: As próteses de mama vêm se tornando cada vez mais comuns, tanto no âmbito da reconstrução de mamas em mulheres pós-mastectomizadas quanto na abordagem estética de aumento. Apesar de serem um recurso importante para a cirurgia plástica, os implantes podem sofrer uma série de complicações, precoces ou tardias. Essa revisão analisou estudos acerca de como essas principais complicações são identificadas nos diferentes métodos de imagem, considerando seus desafios diagnósticos. Objetivos: Realizar uma revisão integrativa da literatura sobre os achados imagenológicos de cada uma das principais complicações dos implantes de mama e suas principais formas de monitoramento, de forma a facilitar sua identificação e intervenção. Metodologia: Revisão integrativa da literatura realizada a partir das bases de dados PubMed em dois diferentes filtros. O primeiro contou com os descritores “Breast implant”, “Imaging” e “Complications”, enquanto os descritores do segundo foram “Breast implant”, “Complications” e “Mammography”, ambos com o mesmo operador booleano “AND”. O levantamento resultou 493 artigos, sendo 442 do primeiro e 51 do segundo filtro de pesquisa. Foram considerados artigos publicados no período de 2011 a 2023, em inglês e português, além de temática envolvendo as seguintes complicações: infecções, hematomas, seromas pós-cirúrgicos, contratura capsular, rupturas, granuloma induzido por cápsula de implantes mamários (SIGBIC) e linfoma de grandes células anaplásicas (BIA-ALCL). Os estudos excluídos envolviam fuga ao tema, duplicados, relatos de caso e artigos que não atendessem aos critérios de inclusão. Após a exclusão manual realizada no Excel, 18 artigos foram considerados para síntese. Resultados / Discussão: Em relação às complicações dos implantes de mama, a mamografia possui alto grau de detalhamento para detecção de infecções e hematomas, mas provoca alta exposição do paciente à radiação. Esse fator abre margem para a utilização da ultrassonografia (USG) e da ressonância magnética (RM) como métodos de primeira escolha na avaliação das complicações mais comuns, uma vez que possuem alta sensibilidade e especificidade, tanto para alterações precoces quanto tardias. Através da USG, é possível identificar: infecções (imagem anecoica circundada por linhas paralelas ecogênicas e abscessos), seromas pós-cirúrgicos (líquido com múltiplos ecos internos), rupturas (sinais de tempestade de neve e serpentinas), contratura capsular (espessamento da cápsula fibrosa ecogênica), SIGBIC (sinal da tempestade de neve), BIA-ALCL (derrame perimplantar com massa oval hipoecoica). Já na RM, visualiza-se: infecções (coleção de fluidos e realce capsular), hematomas (sinal hiperintenso em sequências T1), seromas pós-cirúrgicos (coleção líquida perimplante com sinal intenso em T2), rupturas (sinais de linha subescapular, linguini e lágrima), SIGBIC (sinal da gota preta), sangramento em gel (sinal da fechadura), BIA-ALCL (massa e líquido perimplante). Métodos como tomografia computadorizada, PET scan e cintilografia são utilizados em casos mais individualizados de maior complexidade. Conclusão: A USG e a RM são os exames de escolha para o diagnóstico da maioria das complicações dos implantes de mama, pois possuem alta sensibilidade e especificidade. Existem sinais específicos para cada alteração, o que facilita o seu diagnóstico. Entretanto, é importante individualizar cada caso e utilizar outros exames, se necessário.

Referência(s)