Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Quando 2+2 São 5

2024; SciELO; Volume: 11; Linguagem: Português

10.21728/logeion.2024v11e-7389

ISSN

2358-7806

Autores

André Januário da Silva, Valéria Cristina Lopes Wilke,

Tópico(s)

Advanced Mathematical Theories

Resumo

De modo nunca antes visto, crises de diferentes matrizes tem eclodido nos quatro cantos da Terra, se estabelecendo no mais das vezes como estados permanentes a experiência social humana. Das tragédias decorrentes dos efeitos do aquecimento global a pandemia de Covid-19, a humanidade tem convivido com um fenômeno comum do norte ao sul da aldeia global, a ascensão de forças políticas alinhavadas a espectros ideológicos de extrema direita. Este fenômeno tem sido atribuído, sobretudo, ao fluxo massivo de desinformação como estratégia de comunicação com as massas viabilizadas por meio das ditas “redes sociais”, aquecidas pelo lucrativo modelo de negócios das plataformas. Com pouco dissenso, pesquisadores têm concluído que essa relação tem provocado uma aparente desordem informacional, que por sua vez sintetizaria diversos aspectos próprios dessa dita “nova era”, tais como: pós-verdade, fake news, redes de ódio e negacionismo. Na contramão deste entendimento, amparados na teoria da informação da 2ª geração cibernética e na perspectiva dialética dos processos infocomunicacionais buscamos problematizar como esta nova ordem social produzida pela desinformação tem reajustado novos sentidos sobre o mundo provocando uma crise na ordem das referências sociais. Valendo-nos da relação entre os conceitos de sistema, ambiente e contexto, na produção de sentidos sobre o mundo, concluímos que a desinformação não tem se constituído como propriedade de desordem informacional, mas como princípio regulador de uma nova ordem sedimentada em mentiras, alucinações, propaganda, intolerância e barbárie, elementos que põe em xeque os princípios que orientam a ordem civilizatória e o ideário de democracia que norteia a Modernidade.

Referência(s)