“Tendo dinheiro, todo o resto a gente corre atrás”: itinerário terapêutico e prescrição política do Kit-COVID
2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 22; Issue: 11 Linguagem: Português
10.55905/oelv22n11-220
ISSN1696-8352
Autores Tópico(s)Health, Nursing, Elderly Care
ResumoEste trabalho tem como objetivo analisar novas configurações a respeito de itinerários terapêuticos a partir da análise documental e de conteúdo do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia de Covid-19, Brasil, ano 2021. Pode-se afirmar que escolher, avaliar, aderir ou recusar determinada substância ou prática relacionadas ao corpo presentes em um universo plural e em diferentes contextos socioculturais, passando por processos interpretativos e explicativos, adquiriram peculiaridades durante a pandemia de Covid-19, funcionando como dispositivo. Desse modo, discursos políticos foram moldados, assim como disputa entre tratamentos/medidas curativos e preventivos, além da formulação oportunista ao crédito político em detrimento do científico. A disputa política, incluindo à presidência do Brasil, mesclou-se ao itinerário terapêutico relacionado à Covid-19. Aceitar ou não o tratamento com kit-Covid representou opções partidárias da população, assim como aceitar medidas que priorizavam a exploração de empregadores em detrimento da saúde, evidenciando o domínio do capital sobre a sobrevivência. A expressão “saúde em primeiro lugar” cambiou-se em “dinheiro em primeiro lugar”, possivelmente contendo medidas preventivas e ampliando os riscos à saúde. O kit-Covid, originado do próprio modelo biomédico, fortalecido pela produção e consumo de mercadorias, funcionou como dispositivo de controle e a exploração do corpo.
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