Artigo Acesso aberto Produção Nacional

ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS DE DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS NO ESTADO DO PARÁ (2018-2022)

2024; Arche Scientific and Editorial Consultancy; Volume: 10; Issue: 11 Linguagem: Português

10.51891/rease.v10i11.17085

ISSN

2675-3375

Autores

João Silva, Jorge A. Pereira, Welliton Cruz Gai, Ana Victoria Calado Godoy Carlos de Lima, Waldo Lucas Luz da Silva, Bruno José Martins da Silva,

Tópico(s)

Public Health and Social Inequalities

Resumo

As doenças tropicais negligenciadas (DTN) são enfermidades que assolam gerações há séculos no mundo todo, e são caracterizadas por serem endêmicas de regiões com baixo desenvolvimento socioeconômico, como países da Ásia, África, Oriente Médio, e principalmente nas Américas, com foco nas Américas Central e do Sul. Além disso, possuem alto grau de morbidade, porém a mortalidade relativamente baixa. O diagnóstico dessas doenças é complexo e o tratamento possui muitas falhas e falta de eficácia, provocando impactos negativos na saúde pública e por muitas vezes ocasionando o abandono de tratamento. O objetivo deste trabalho é discutir os aspectos sociodemográficos da doença de Chagas e da leishmaniose no Estado do Pará. O estudo foi realizado a partir de dados das variáveis sociodemográficas da doença de Chagas e leishmanioses, com dados disponibilizados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e TABNET/ DATASUS. De acordo com os dados coletados, no ano de 2018 a 2022 foram notificados 1.280 casos de doença de Chagas aguda, e no mesmo período foram confirmados 15.292 casos para leishmaniose tegumentar. Já para leishmaniose visceral, foram notificados 1.495 casos. Constatou-se uma prevalência na faixa etária de 20 a 39 anos tanto nos casos de doença de Chagas quanto na leishmaniose tegumentar, diferindo apenas os casos de leishmaniose visceral, no qual a faixa etária mais expressiva foi a de 1 a 4 anos. Já em relação ao sexo e etnia, foi observado que a prevalência são indivíduos masculinos de raça parda. Em relação aos municípios com maiores números de casos para doença de Chagas aguda, a liderança foi o município de Ananindeua, para leishmaniose tegumentar o município de Santarém, e para leishmaniose visceral o município de Parauapebas. Concluiu-se que o perfil epidemiológico é comum para as três doenças, com exceção da variável faixa etária, no Estado do Pará, e recém-nascidos e crianças fazem parte do grupo de risco da leishmaniose visceral. Portanto, é fundamental que os órgãos públicos de saúde atenuem ações de vigilância e controle epidemiológico sobre estes grupos supracitados e desenvolvam novas técnicas de combate e prevenção, além de promover educação à população paraense baseada no conhecimento científico acerca destas doenças.

Referência(s)