Descolonizando os currículos – O protagonismo negro na transformação do conhecimento e dos currículos no processo de descolonização educacional brasileira
2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 22; Issue: 11 Linguagem: Português
10.55905/oelv22n11-237
ISSN1696-8352
AutoresAntônio Nacílio Sousa dos Santos, José Neto de Oliveira Felippe, Waldyr Barcellos Júnior, Carlos Rigor Neves, Wanderson da Silva Santi, Terezinha Sirley Ribeiro Sousa, Felipe Rodrigues de Souza, Everaldo Costa Santana, Laécio Dias da Silva, José Henrique Rodrigues Machado, Henrique Gomes de Araújo e Castro, Carlos Oliveira, Karlla Cristina Trindade, Beatriz Araújo da Silva, Aline de Gouvêa Ferreira Claro,
Tópico(s)Rural and Ethnic Education
ResumoO Movimento Negro, composto por intelectuais cujas contribuições e produções acadêmicas foram historicamente desconsideradas, desempenhou um papel fundamental nas primeiras manifestações pela descolonização dos currículos no Brasil. Ainda que no século XIX essa luta não fosse denominada como tal, foi a partir da mobilização desses intelectuais que surgiram críticas e questionamentos sobre o silenciamento sistemático da história, cultura e contribuições das populações negras e indígenas nos espaços educacionais. Esta pesquisa tem como objetivo analisar o protagonismo do Movimento Negro na transformação dos currículos educacionais brasileiros, destacando seu papel na luta pela descolonização do conhecimento. Busca-se compreender como as mobilizações e contribuições dos intelectuais negros influenciaram a inclusão das perspectivas e histórias das populações negras e indígenas nos currículos, com a finalidade de promover uma educação que valorize a diversidade cultural e combata o legado de silenciamento imposto pelo colonialismo. Dessa forma, o estudo indaga: como o protagonismo do Movimento Negro contribuiu para a descolonização dos currículos educacionais brasileiros, e de que maneira essa atuação influenciou a valorização das histórias e culturas das populações negras e indígenas nos espaços educacionais? O referencial teórico central baseia-se na obra Decolonialidade e Pensamento Afrodiaspórico de Bernardino-Costa et al. (2019), entre outras referências essenciais. Metodologicamente, a pesquisa é de cunho qualitativo (Minayo, 2016), bibliográfico (Gil, 1999) e compreensivo (Weber, 2006). A análise evidencia que o protagonismo do Movimento Negro foi essencial para impulsionar uma agenda de transformação dos currículos, desafiando o colonialismo epistemológico presente na educação brasileira. A luta desses intelectuais contribuiu para que a história e cultura afro-brasileira e indígena fossem reconhecidas e incorporadas ao ensino, ressignificando o espaço educacional como um território de resistência e valorização da diversidade cultural. Contudo, para que a descolonização dos currículos atinja resultados mais profundos e duradouros, é necessário que essa luta se articule com as demais frentes de combate à desigualdade e ao racismo estrutural enfrentada pelas populações negras no Brasil.
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