Artigo Acesso aberto

Jornada Assistencial de Valor do RARAS (JAV RARAS): Resultados preliminares da mensuração da Aderência ao Protocolo de Tratamento da Fenilcetonúria por meio do “time-driven activity based costing” – (TDABC).

2024; Volume: 9; Issue: s. 1 Linguagem: Português

10.22563/2525-7323.2024.v9.s1.p.188

ISSN

2525-7323

Autores

Márcia M. Barbosa, Cláudia Fernandes Lorea, Camila Ferreira Azevedo, Luana Lopes, A. R. G. Almeida, Têmis Maria Félix, Gabriel Ogata, Marcelo Eidi Nita,

Tópico(s)

Public Health in Brazil

Resumo

Introdução A aderência aos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) é vital para o tratamento eficaz de doenças raras como a Fenilcetonúria (PKU). No entanto, a discrepância entre a teoria e a prática é um desafio constante. Neste estudo, utilizamos o método TDABC, via plataforma TPValue, para avaliar a aderência ao protocolo de tratamento da PKU, visando gerenciar a adoção dos padrões de tratamento estabelecidos pelos PCDTs. Métodos Adotamos uma abordagem que combina o TDABC, uma técnica de custeio baseada em atividades, com o TPValue, uma plataforma de apoio à gestão. Mapeamos a jornada assistencial (conforme estabelecido pelo PCDT) e a de valor (JAV-RARAS) para a PKU, quantificando o tempo e recursos envolvidos em cada etapa do tratamento. Através da TPValue, estruturamos os dados coletados, simplificando a análise dos processos. Este estudo foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Ministério da Saúde MS - CNPq/MS Nº 25/2019. Resultados Os resultados preliminares revelam discrepâncias entre o PCDT, e a realidade clínica, no SUS, via o TDABC e a TPValue. Os resultados indicam que as atividades que compõem diagnóstico, o tratamento e os recursos empregados frequentemente não coincidem com o proposto pelo protocolo vigente. Por exemplo, enquanto o TDABC indica que no tratamento há uma alocação de 98,9% para medicamentos e 1,1% para não medicamentos, o PCDT atribui uma alocação de 100% para medicamentos. Além disso, a alocação percentual de recursos ao longo das diferentes etapas da jornada do paciente também apresenta variações significativas. No PCDT, 95,8% dos recursos são alocados para o tratamento, 0,66% para o diagnóstico e 3,2% para o acompanhamento. No entanto, de acordo com o TDABC, a alocação é distribuída de forma diferente: 1,94% para o diagnóstico, 93,1% para o tratamento e 4,74% para o acompanhamento. Outro aspecto relevante é a origem dos recursos, enquanto o PCDT indica que 97,7% dos recursos são provenientes do próprio paciente, 1,08% do Centro e 1,14% do SUS, o TDABC evidencia uma distribuição distinta, com 95,9% dos recursos sendo atribuídos ao paciente, 3,05% ao Centro e 1,02% ao SUS. Discussão e conclusões A aplicação inovadora do TDABC via TPValue oferece uma perspectiva entre o definido no PCDT, e a prática diária real no tratamento da PKU. Essa abordagem pode reformular os PCDTs, permitindo uma abordagem mais precisa e eficiente no gerenciamento dos recursos e jornada das doenças raras. Ainda, usando esta abordagem de vida real é possível mensurar desfechos centrados nos pacientes e os custos reais dos PCDTs. Essa abordagem tem o potencial de melhorar o gerenciamento dos PCDTS, melhorar a eficácia dos cuidados, a gestão de recursos e a qualidade de vida dos pacientes.

Referência(s)