Osteossíntese de Tíbia Associada a Correção de Luxação Medial de Patela em Cão
2024; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL; Volume: 52; Linguagem: Português
10.22456/1679-9216.135026
ISSN1679-9216
AutoresIsabela Fogolin, Caroline Ribeiro de Andrade, Guilherme Galhardo Franco,
Tópico(s)Hip disorders and treatments
ResumoBackground: As placas ósseas bloqueadas consistem em um sistema de fixação capaz de neutralizar as forças atuantes em fraturas através de um mínimo contato com o tecido ósseo, sendo seu uso favorável e frequente na correção de fraturas diafisárias tibiais. A luxação patelar medial é uma das afecções ortopédicas mais comuns na clínica de pequenos animais, sendo a correção efetiva desta condição realizada através da combinação de técnicas cirúrgicas envolvendo tecidos moles e tecido ósseo, tendo como objetivo principal realinhar o mecanismo extensor do joelho. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi relatar a associação técnicas de osteossíntese utilizando placa bloqueada em ponte para reparação da fratura tibial combinada com a transposição da tuberosidade tibial e imbricação do retináculo lateral para correção da luxação patelar. Case: Foi atendido um canino, fêmea, de 5 anos de idade, da raça Spitz Alemão, pesando 4,3 kg, com o histórico de impotência funcional do membro pélvico esquerdo há 4 dias, após ter o membro preso no portão. Nos exames ortopédico e radiográfico foi evidenciado uma fratura cominutiva diafisária em tíbia e fíbula esquerdas, além de deslocamento medial da patela em relação ao sulco troclear. Para correção cirúrgica da fratura tibial, foi optado pelo método de osteossíntese por placa óssea bloqueada em ponte na face medial da tíbia. Em seguida, a incisão cirurgica foi ampliada cranialmente para permitir a realização da correção da luxação patelar através da técnica de transposição da tuberosidade tibial: com uma serra oscilatória, realizou-se uma osteotomia linear na crista tibial, em seguida, a crista foi translocada lateralmente e fixada com pinos Kirschner. Por fim, também foram realizados a liberação do retináculo medial e imbricação do retináculo lateral. Discussion: A correção cirúrgica de fraturas tibiais cominutivas diafisárias pode ser feita utilizando toda a gama de métodos de fixação óssea existentes, interno e externo. A escolha do método adequado deve levar em consideração fatores biológicos (idade e estado geral do animal, nível de comprometimento de tecidos moles adjacentes e grau de aporte sanguíneo), fatores mecânicos (estabalecer a classificação e grau de estabilidade da fratura, porte e nível de atividade do paciente, além do número de membros acometidos), e fatores práticos (reconhecer limitações financeiras, preferência e capacidade do cirurgião). Nesse sentido, optou-se pelo uso de fixação com placas ósseas bloqueadas, um sistema interno capaz de neutralizar as forças axial, rotacional e de flexão. A estabilidade nestes implantes é conferida pelo encaixe da cabeça do parafuso à placa, permitindo que a estabilização não dependa da compressão entre o implante e o osso. Na evolução do caso, o exame radiográfico 30 dias pós-operatório constou formação de calo ósseo insuficiente, no entanto, é importante ressaltar que esse período ainda é recente para diagnosticar uma união retardada, uma vez que o período de cicatrização óssea para um animal adulto varia de 16 a 30 semanas. Diante dos fatos descritos, é possível concluir que a associação das técnicas de osteossíntese com placa bloqueada, transposição da tuberosidade tibial e imbricação do retináculo lateral mostrou-se efetiva na correção de de uma patologia preexistente em associação com a correção de um problema recente, como é o caso da fratura tibial.
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