O que as paredes nos dizem: arte de rua e potencialidades para o desenvolvimento do pensamento crítico
2024; Editora Mundos Sociais; Issue: 106 Linguagem: Português
10.7458/spp202410634152
ISSN2182-7907
AutoresS. Pawlak, Sofia Marques da Silva,
Tópico(s)Cultural Industries and Urban Development
ResumoA cultura grafite preserva desde as suas origens uma função comunicacional de carácter interventivo e de denúncia. Aquela cultura materializa-se principalmente nas grandes cidades e em espaços públicos que podem ser ao mesmo tempo periféricos e de grande visibilidade. Reconhecendo que esta forma de expressão não perdeu suas características de génese, tem sofrido alterações que, acompanhando mudanças sociais, políticas, culturais e económicas das sociedades, propõe um olhar renovado sobre o potencial que encerra de educação para a cidade. Com o suporte teórico das perspectivas do materialismo histórico-dialético, a questão à qual neste artigo procura responder é como esta arte de rua traduz um potencial educativo, na medida em que pode desenvolver pensamento crítico sobre questões sociais, muitas vezes fraturantes. Metodologicamente, o estudo que se desenvolve na cidade do Porto recorre fundamentalmente ao método etnográfico, com suporte de técnicas dos métodos visuais, como a fotografia. Da análise de dados realizada exploramos neste lugar especificamente sobre as expressões desta forma de arte em torno da questão social da habitação. Os resultados indicam que o contexto mais livre da rua potencializa o desenvolvimento da expressão acerca das demandas latentes para cada artista.
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