Entre o património francês e o Património Mundial da UNESCO: digressão pelo fim do império em Tipasa, Rabat e Grand-Bassam
2024; Associação de Actividades Científicas; Volume: 85; Linguagem: Português
10.4000/12uuo
ISSN2183-7791
Autores Tópico(s)Global Maritime and Colonial Histories
ResumoEste artigo estuda as dinâmicas decolonial e neocolonial que subjazem à designação de Património Mundial da UNESCO, explorando três locais anteriormente administrados por França: Tipasa (na Argélia, inscrita na lista da UNESCO em 1982); Rabat (Marrocos, 2012); e Grand-Bassam (Costa do Marfim, 2012). Sustenta-se que a UNESCO tem servido como plataforma para reescrever narrativas coloniais e também para branquear as histórias globais do imperialismo europeu. Enquanto a inclusão de Tipasa marcou uma rutura radical com o passado colonial, em Rabat e Grand-Bassam destacam-se as sinergias culturais franco-africanas. Esta tensão inerente entre as duas abordagens reflete uma ambivalência mais geral sobre o potencial transformador do turismo pós-colonial. Este artigo faz parte do dossier temático sobre Organizações Internacionais na Era da Descolonização, organizado por José Pedro Monteiro.
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