Artigo Acesso aberto

Interpretações Paleoambientais no Holoceno Tardio com Base em Foraminíferos e Bivalves no Estuário do Rio Real (Bahia-Sergipe)

2024; Volume: 51; Issue: 2 Linguagem: Português

10.22456/1807-9806.134506

ISSN

1807-9806

Autores

Isabel Azevedo, Altair de Jesus Machado, Simone Souza de Moraes, Ana Silva, Andreia Barros, André Ramos Costa, Pedro Guimarães, Lucas Bastos, Geraldo Marcelo Pereira Lima,

Tópico(s)

Marine Biology and Ecology Research

Resumo

Esta pesquisa objetivou realizar interpretações paleoambientais do estuário do rio Real durante o Holoceno Tardio, com base em foraminíferos bentônicos e bivalves. Foram utilizados, além dos organismos, dados granulométricos de dois testemunhos rasos de sondagens. A granulometria, predominantemente arenosa, evidenciou um ambiente de elevada energia hidrodinâmica, respaldado pelo registro de organismos autóctones (bivalves). Em 12 amostras do testemunho T01, foram encontrados 606 foraminíferos de 20 espécies, no testemunho T02, 119 espécimes de três espécies foram registrados em quatro amostras. A presença do gênero Trochammina no T01, especialmente na fácies-G1 (base a 105 cm), indica um ambiente de estuário médio com influência fluvial. As fácies-G1 e G3 (70 a 50 cm) apresentam um pacote sedimentar areno-lodoso, característico de um ambiente fluvial. Os registros de bivalves na fácies-G4 (50 a 15 cm) indicam uma Zona de Estuário Baixo com influência marinha. As fácies-G2 (105 a 70 cm) e G4 mostram espécies de bivalves eurihalinos, sugerindo um depósito transgressivo de transição offshore. A fácie-G5 (15 cm ao topo) apresenta foraminíferos e bivalves de ambientes salobros a marinhos rasos, classificando-o como o estuário com depósitos transgressivos. No T02, as fácies-Z1 (base a 205 cm) e Z3 (175 a 15 cm) são ambientes estéreis em foraminíferos e bivalves, característicos de um ambiente de água doce com provável progradação de sedimentos continentais. A fácie-Z2 (205 a 175 cm) registrou apenas o bivalve marinho Diplodonta cf. notata, associado à granulometria arenosa, sugerindo um ambiente marinho raso. A fácie-Z4 (15 cm ao topo) representa o estuário atual, com predominância de espécies de foraminíferos calcário-hialinos, corroborando um domínio marinho em relação ao fluvial. Nesse sentido, as interpretações das correlações entre os dados abióticos e bióticos obtidos dos perfis T01 e T02 ao longo do Holoceno Tardio revelaram variações significativas nas condições paleoambientais durante o período de mar baixo, que descrevem as mudanças ocorridas nesse ecossistema ao longo do tempo e enriquecem nossa compreensão dos padrões de resposta das comunidades bióticas às oscilações ambientais durante o Holoceno Tardio.

Referência(s)
Altmetric
PlumX