Perigos silenciosos: a incidência de acidentes por animais peçonhentos no brasil entre 2014 e 2023
2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 17; Issue: 13 Linguagem: Português
10.55905/revconv.17n.13-259
ISSN1988-7833
AutoresSteve Biko Menezes Hora Alves Ribeiro, Luiz Juliano, Enrico Bertolucci Boscardim, Elça Lizablla Barreto Oliveira, Eduarda Luiza Mertz, Vitor Roque Sauer, D. G. Paz, Vanessa Mazzardo,
Tópico(s)Bee Products Chemical Analysis
ResumoAcidentes com animais peçonhentos representam um relevante problema de saúde pública no Brasil devido à sua alta incidência, morbimortalidade e impacto nos sistemas de saúde. Este estudo apresenta uma análise abrangente dos acidentes causados por animais peçonhentos no Brasil entre 2014 e 2023, utilizando dados obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram examinados aspectos relacionados à distribuição geográfica, evolução temporal, tipos de animais envolvidos, desfechos clínicos e necessidade de soroterapia. Os resultados revelaram significativas disparidades regionais, com o Sudeste liderando em notificações absolutas, seguido por Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste. Escorpiões foram responsáveis pela maior parte dos registros, apresentando um crescimento expressivo durante o período, enquanto serpentes, aranhas, abelhas e lagartas contribuíram para os acidentes em menor proporção, mas com relevância clínica. A análise temporal destacou um aumento gradual até 2019, interrupção em 2020 e 2021 devido à pandemia de COVID-19, e uma retomada acentuada nos dois anos subsequentes, culminando em um pico histórico de notificações em 2023. Embora a taxa de cura tenha sido elevada (91%), a mortalidade, embora baixa em termos percentuais, permaneceu significativa em números absolutos, especialmente em estados como Bahia, Pará e Minas Gerais, refletindo desigualdades estruturais no acesso ao atendimento. Evidencia-se a necessidade de intervenções regionais específicas, incluindo ações educativas, controle ambiental e fortalecimento do acesso à soroterapia, como elementos essenciais para mitigar os impactos dos acidentes por animais peçonhentos e reduzir a morbimortalidade associada.
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