
Liturgias vigiadas, católicos divididos
2024; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 54; Issue: 1 Linguagem: Português
10.15448/0103-314x.2024.1.46353
ISSN1980-6736
Autores Tópico(s)Religious and Theological Studies
ResumoO presente artigo se propõe a refletir sobre o fenômeno contemporâneo de esvaziamento dos vínculos comunitários. O ponto de partida é a identificação do subjetivismo como o responsável pela crise de pertencimento que gera um processo de atomização e enclausuramento individuais. A pessoa nesse nível de crise pode encontrar outros sujeitos atomizados que se associam, formando um novo agrupamento com as mesmas características: uniformização das ideias e eleição de inimigos comuns. Essa nova configuração associativa, refém de um líder carismático, encontra nas mídias sociais o reforço necessário para a proliferação de suas doutrinas e hermenêuticas sem a refutação própria das relações interpessoais. Tais indivíduos atomizados se tornam vigias intransigentes, provocando uma divisão gradativa e violenta entre os católicos. A partir dessa construção analítica, observaremos os ritos como um aspecto da liturgia católica que são atingidos por tal crise, visto que a estrutura celebrativa não conhece o eu isolado, mas sempre é pensada na perspectiva do nós da Igreja. Por fim, algumas saídas são apresentadas tendo como meta as relações intersubjetivas, dialógicas e sinodais.
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