Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Matrizes ideológicas da historiografia brasileira

2024; Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP); Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); Volume: 17; Linguagem: Português

10.15848/hh.v17.2171

ISSN

1983-9928

Autores

Christian Edward Cyril Lynch,

Tópico(s)

History of Colonial Brazil

Resumo

Para demonstrar as relações íntimas entre as ideologias e a escrita da história do Brasil, este artigo revisita as décadas posteriores à independência com o objetivo de correlacionar as histórias da independência ao seu contexto partidário de produção. Os partidos que disputavam o poder também disputavam o “sentido da revolução”, ou seja, as razões e o significado dos acontecimentos que levaram ao fim do Antigo Regime e à separação de Portugal. Se é possível ler a História dos principais sucessos do Império do Brasil do visconde de Cairu (1830) pelas lentes conservadoras do “partido realista”, se pode fazer o mesmo a respeito da História do Brasil (1836) de John Armitage, correlacionando-o à visão de mundo do “partido liberal moderado”, bem como vincular a História dos movimentos de 1842 (1844) de José Antônio Marinho e O libelo do povo de Torres Homem (1849) às expectativas do partido radical ou luzia. Essas diferentes narrativas partidárias, plasmadas como histórias, serviram de matrizes ideológicas para as historiografias que se formariam a partir da década de 1860: a conservadora, a liberal e a radical.

Referência(s)