
De vogal para semivogal: hiperalçamento vocálico
2024; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE; Volume: 9; Issue: 2 Linguagem: Português
10.21680/1983-2435.2024v9n2id35417
ISSN1983-2435
AutoresSérgio Linard, Carla Maria Cunha, Thayná Cristina Ananias,
Tópico(s)Phonetics and Phonology Research
ResumoEsta pesquisa objetiva assentar as semivogais como variantes de vogais no português brasileiro, com base no processo de hiperalçamento. O desenvolvimento do trabalho parte da constatação do estado límbico em que se encontram os segmentos semivocálicos, nas perspectivas de gramáticos normativos e de linguistas. É visto ainda o caráter articulatório-funcional de vogal e de semivogal na constituição de ditongos. Em seguida, há o delineamento do processo de alçamento na língua aplicado à variação entre segmentos vocálicos. Como as semivogais não são contempladas em processo de alçamento, propõem-se o processo de hiperalçamento vocálico para caracterizar formas fonéticas resultantes da variação com ultrapassagem de articulação da área vocálica. A análise desenvolvida fundamenta-se na Geometria de Traços, de Clements e Hume (1995), e na Fonologia Estrutural – delimitada, sobretudo, à descrição fonético-fonológica apresentada por Mattoso Camara Jr. (1988; 2015) para o português brasileiro. A análise do hiperalçamento descrito resulta no entendimento de que as semivogais [j] e [w] variam com vogais anteriores e posteriores arredondadas, respectivamente, atentando para a perda da posição de núcleo de uma vogal. A segmentos semivocálicos podem ser aplicadas duas interpretações articulatórias: (i) a constituição de segmento complexo a partir do acréscimo, na geometria de vogal, de traço(s) de Ponto de Consoante [coronal] ou [labial] e [dorsal]; e (ii) a constituição de segmento consonantal cuja geometria se diferencia da de vogal pela ausência do nó de Abertura. A pesquisa em foco estabelece, então, o hiperalçamento como um motivador para a criação de ditongos no português brasileiro.
Referência(s)