Artigo Acesso aberto

Envelhecer em reclusão

2024; Volume: 6; Linguagem: Português

10.61415/riage.281

ISSN

2795-5559

Autores

Sílvia Ala, Ana Maria Galvão,

Tópico(s)

Youth, Drugs, and Violence

Resumo

Em Portugal, como em muitos países ocidentais, a população prisional está a envelhecer, acarretando desafios únicos que exigem atenção tanto do ponto de vista dos direitos humanos quanto da gestão prisional. Homens e mulheres na prisão, como na comunidade, envelhecem a ritmos diferentes e de maneiras diferentes. Na comunidade, 50 ou 55 anos não seriam considerados “mais velhos”. Mas reclusos normalmente têm problemas de saúde física e mental associados a pessoas pelo menos uma década mais velhas na comunidade. Uma vez em reclusão, a violência, ansiedade e o stresse da vida na prisão, o isolamento da família e a possibilidade de passar a maior parte ou o resto da vida atrás das grades também podem contribuir para o envelhecimento acelerado. Este artigo fornece uma visão global do envelhecimento da população prisional, bem como uma análise aprofundada de respostas políticas e comunitárias existentes para idosos envolvidos com a justiça. Realizou-se uma scoping review, e desenvolveu-se uma síntese reflexiva, baseada na nossa prática profissional, na pesquisa bibliográfica e análise de relatórios nacionais e internacionais. É cada vez mais difícil o sistema prisional responder às necessidades das populações prisionais geriátricas. Os fatores de risco coletivos pessoais, sociais e ambientais aumentam significativamente a probabilidade de início precoce de doenças físicas e mentais graves, incluindo demência entre idosos na prisão. Os funcionários prisionais analisam o aumento projetado de reclusos idosos e percebem que, em um futuro muito próximo, eles precisarão de instalações geriátricas especializadas. Por estes motivos, torna‐se pertinente estudar o processo de envelhecimento em reclusão.

Referência(s)