Desafios da mania no idoso: a propósito de um caso clínico
2024; Volume: 6; Linguagem: Português
10.61415/riage.276
ISSN2795-5559
AutoresCarlos Eduardo Miguelote de Pinho Monteiro, Matilde Gomes, Rita Sofia Lopes de Dios, Sónia Soraia Dias Azenha,
Tópico(s)Family Caregiving in Mental Illness
ResumoNo presente artigo pretende-se relatar um caso clínico de primeiro episódio de mania em idade geriátrica e discutir os desafios destes episódios. Trata-se do caso de um homem de 70 anos levado ao Serviço de Urgência por sintomatologia maniforme com 6 dias de evolução. Iniciara nos últimos meses terapêutica com sertralina e prednisolona. Foi internado no Serviço de Psiquiatria onde iniciou tratamento com risperidona e lorazepam. Teve alta após 13 dias, com melhoria dos sintomas, admitindo-se episódio de mania iatrogénico. A menor reserva cognitiva e comorbilidades que aumentam a fragilidade e implicam muitas vezes polimedicação e alterações metabólicas, tornam os idosos mais suscetíveis a mania secundária e aos seus efeitos deletérios. A mania em idade geriátrica tem uma apresentação atípica o que, juntamente com situações mais frequentes de vulnerabilidade e isolamento social, torna mais difícil a sua deteção precoce, atrasa a intervenção e piora o prognóstico. Nesta população, o diagnóstico diferencial é mais extenso, incluindo doença bipolar de surgimento tardio, delirium, mania secundária a iatrogenia, demências e outras patologias não psiquiátricas. Com o envelhecimento da população, os casos de mania em idade geriátrica são mais frequentes. Vários fatores contribuem para uma maior suscetibilidade da população idosa a estes episódios, para a sua deteção tardia e para efeitos deletérios mais acentuados a nível pessoal e sociofamiliar. O papel de cuidadores, familiares e conviventes na deteção e acompanhamento destes doentes é determinante pelo que a intervenção deve incluir, para além de farmacoterapia, estratégias de psicoeducação, intervenção psicossocial, familiar e farmacológica.
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