
Colonialismo molecular e a pesca artesanal
2024; Linguagem: Português
10.59360/ouricuri.vol14.iedicao-especial-01.a22496
ISSN2317-0131
AutoresJosilda Batista Lima Mesquita Xavier,
Tópico(s)Biotechnology and Related Fields
ResumoEste ensaio objetivou analisar as causas, refletir sobre os impactos e divulgar conceitualmente a categoria colonialismo molecular, em um contexto ecológico, tendo como pano de fundo o modus operandis de indústrias químicas e os impactos ao ecossistema aquático, especialmente sua fauna, assim como na saúde de pescadores tradicionais. Os argumentos basearam-se na perspectiva crítica e reflexiva de como o neocolonialismo usa de subterfúgios para surpreender suas “presas”, os países pobres e/ou periféricos da América Latina, África e Ásia. Teve como suporte teórico, capítulos de livros e artigos publicados em revistas e repositórios acadêmicos (Capes, Scielo, Science Direct, Scopus e Google Acadêmico); portais institucionais e acadêmicos (USP, Fiocruz, IBGE, ONU); publicações resultantes de blogs e jornalismo investigativo, veículos que têm atuado como espaço de denúncia e divulgação científica (O Joio e O Trigo, Outras Palavras, Agência Brasil, Fian-Brasil); e sites do Senado e Câmara Federal do Brasil. A investigação bibliográfica permitiu o acesso à forma como as indústrias químicas dominam a produção de substâncias altamente danosas ao metabolismo ecossistêmico e a saúde humana; às ações de negligência institucional na liberação de substâncias químicas, cumulativas, que se tornam parte dos organismos da flora e fauna aquática, bem como de pescadores artesanais e de pessoas que consumem alimentos contaminados com agrotóxicos e/ou substâncias químicas eternas, os PFAS. Este ensaio procura evidenciar a urgência de investimento acadêmico em pesquisas sobre o colonialismo molecular; ampliação e aprofundamento dos processos de divulgação, para que a sociedade, a partir da validação científica, possa atuar de forma proativa na proposição de políticas públicas que revertam o “derrame” de agrotóxicos e uso de PFAS no país; propor e desenvolver ações em prol da saúde de mulheres e homens que podem sofrer as consequências de terem seus corpos preenchidos de moléculas químicas, responsáveis pela desestruturação de seus organismos, em um processo biocolonial irreversível.
Referência(s)