Para cada silêncio traumático, a poesia de uma canção as performances da canção Moon River nos filmes de Almodóvar e Blake Edwards
2024; Volume: 12; Issue: 2 Linguagem: Português
10.29327/210932.12.2-15
ISSN2525-5924
AutoresHêmille Raquel Santos Perdigão,
Tópico(s)South Asian Cinema and Culture
ResumoNo filme La mala educación (2004), de Pedro Almodóvar, um importante personagem é o diretor de cinema Enrique Goded que, no início do enredo, planejando uma adaptação fílmica, inicia a leitura do conto La Visita, escrito por seu amigo de infância Ignácio. Imediatamente aparecem, em uma prévia, as cenas de seu futuro filme, dentre as quais a performance da canção Moon River, de Mancini e Mercer, como adaptação da narrativa de um estupro sofrido por Ignácio quando criança. A canção foi originalmente performada por Audrey Hepburn no filme Breakfast at Tiffany's (1961), de Blake Edwards, e reaparece no filme espanhol com uma nova letra. Tendo quatro versões da canção – a saber, a versão em língua inglesa e a em língua espanhola fora da encenação, a versão performada no filme espanhol e a performada no filme da década de 1960 – os objetivos deste texto são: analisar a escolha de Moon River para substituir a dramatização de um estupro e analisar como as performances nos dois filmes trazem significados distintos entre si e distintos também da performance da canção fora de uma cena cinematográfica. A metodologia empregada foi a análise das letras das canções; a princípio, isoladamente, e, em seguida, em uma tabela com as imagens de cada um dos filmes. Para isso, foram utilizados: os conceitos de canção de Luiz Tatit e Evandro Botti de Cerqueira, o conceito de performance de Ruth Finegan e, também, as associações entre poesia e imagem por Coleridge, Shelley e I.A. Richards.
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