Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Estado, Igreja e Inquisição: Incomunicabilidade

2025; Escola Superior de Teologia; Volume: 64; Issue: 2 Linguagem: Português

10.22351/et.v64i2.2988

ISSN

2237-6461

Autores

Everaldo dos Santos Mendes,

Tópico(s)

History of Colonial Brazil

Resumo

Nas peças “O Pagador de Promessas” [1959] e “O Santo Inquérito” [1966], o dramaturgo soteropolitano Dias Gomes revela que a capacidade de comunicação entre os seres humanos é relativa e que a linguagem, em vez de ser um elo entre as pessoas, pode se transformar numa terrível fonte de mal-entendidos e destruição. Partindo de uma reflexão crítica da práxis histórica, pesquisei a incomunicabilidade no teatro de Dias Gomes. Defini um corpus: “O Pagador de Promessas” e “O Santo Inquérito”. No itinerário teórico-metodológico, elegi a pesquisa qualitativa, de impostação bibliográfica e documental. Nas peças investigadas, Zé-do-Burro e Branca Dias se revelam dois seres humanos puros que lutam contra uma impiedosa conspiração que não admite a pureza, aproveitando-se dela e, por fim, destruindo-a. Na trilogia Estado, Igreja e Tribunal do Santo Ofício da Inquisição — atualmente, chamado de Congregação para a Doutrina da Fé —, a grande arma usada contra Zé-do-Burro e Branca Dias é a sistemática e coerente exploração das palavras e dos atos dos protagonistas para formação de conceitos inteiramente diferentes — na sua essência — das intenções dos personagens.

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