
Pericardite tuberculosa: um relato de caso no Distrito Federal
2025; Brazilian Journal of Development; Volume: 8; Issue: 1 Linguagem: Português
10.34119/bjhrv8n1-008
ISSN2595-6825
AutoresMurilo Povoa Oliveira Lustosa, Brenno Augusto Schmaltz Chaves, Túlio Assunção Barcellos, Marcela Pessoa Chaves, Larissa Santos da Luz, Vinicius Lelis Bastos, Frederico André Alves Abreu, Lenisa Cezar Vilas Boas,
Tópico(s)Whipple's Disease and Interleukins
ResumoIntrodução: A pericardite tuberculosa (PT) é uma complicação rara e grave da tuberculose, que pode ter uma taxa de mortalidade de até 90% se não for diagnosticada e tratada adequadamente. É uma doença crônica de caráter mundial, causada pelo Mycobacterium tuberculosis e, embora seja mais prevalente no sistema pulmonar, a infecção pode se disseminar para sítios extrapulmonares, resultando em formas clínicas mais graves da doença, o que aumenta a vulnerabilidade das populações afetadas. A pericardite tuberculosa pode ter apresentação clínica subaguda ou manifestar-se de maneira insidiosa e com tempo de latência geralmente muito longo, sendo fundamental que o diagnóstico da doença seja realizado nos estágios iniciais. O diagnóstico definitivo da pericardite tuberculosa requer análise do fluido ou do tecido pericárdico. Outros exames, como dosagem da adenosina desaminase (ADA), exame histopatológico e culturas, também são úteis na condução diagnóstica. Objetivo: relatar o caso raro de uma paciente jovem do sexo feminino diagnosticada com pericardite tuberculosa, atendida no Hospital Santa Lucia Sul em 2024. Materiais e métodos: os dados foram obtidos por meio de revisão de prontuário da paciente, exames complementares do mesmo e revisão de literatura. Relato de caso: paciente do sexo feminino, 26 anos, com Doença de Crohn em remissão, que apresentou quadro de tosse seca, dispneia progressiva, febre e distensão abdominal. Exames revelaram derrame pleural bilateral, ascite, alterações hepáticas e tamponamento cardíaco secundário a pericardite tuberculosa, diagnosticada por ADA elevado no líquido pericárdico. A paciente foi tratada com pericardiocentese, esquema RIPE, colchicina e antibioticoterapia de amplo espectro. O manejo multidisciplinar resultou em melhora clínica e destaca a relevância do diagnóstico precoce em condições raras e potencialmente graves. Conclusão: O diagnóstico da pericardite aguda é desafiador e requer uma abordagem abrangente, que combine dados clínicos, exame físico e exames complementares. A diferenciação de outras condições, especialmente em pacientes de alto risco, é crucial para um diagnóstico preciso. Portanto, a avaliação cuidadosa e a integração de diferentes métodos de diagnóstico são essenciais para orientar o tratamento e melhorar os resultados clínicos.
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