As práxis tradutórias das línguas de sinais
2025; Editora Univates; Volume: 22; Issue: 1 Linguagem: Português
10.54033/cadpedv22n1-054
ISSN1983-0882
AutoresAlexandre Melo de Sousa, Júlio César Barreto Rocha, Edneia Bento de Souza Fernandes, Ariana Boaventura Pereira, Indira Simionatto Stedile Assis Moura, Geralda Iris de Oliveira, João Vitor Lemos Aguiar, Maria Paula de Medeiros Coutinho,
Tópico(s)Hearing Impairment and Communication
ResumoEste artigo procura analisar a práxis tradutória das línguas de sinais, destacando sua relevância histórica, cultural e política na valorização das identidades surdas e na promoção da justiça social. Fundamentada em teorias de autores como Marx, Vázquez, Bakhtin e Bhabha, a práxis é apresentada como um ato político e ético que transcende a tradução literal, enfatizando a necessidade de um diálogo transformador entre culturas surda e ouvinte. Citamos o exemplo de como as traduções do Hino Nacional Brasileiro para LIBRAS ilustram a complexidade desse processo, enquanto a tradução literal reflete a hegemonia cultural e limita a inclusão da experiência visual dos surdos, a versão de Bruno Ramos (2015) adapta-se à identidade surda, incorporando elementos visuais e históricos que reconhecem os surdos como protagonistas. Essa abordagem desafia binarismos culturais e ressignifica as relações de poder, inferindo que a práxis tradutória não apenas transita entre signos linguísticos e culturais, mas atua como ferramenta de emancipação, inserindo os surdos na memória nacional e descolonizando o conhecimento. O estudo reforça a necessidade de reconhecer os tradutores de LIBRAS como mediadores culturais e agentes transformadores, promovendo a construção de um espaço acadêmico crítico e inclusivo para o estudo das línguas de sinais.
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