Antropomorfismo em robôs sociais: impactos nas interações de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista
2025; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 18; Issue: 1 Linguagem: Português
10.55905/revconv.18n.1-122
ISSN1988-7833
AutoresNorberto Almeida de Andrade, Eric David Cohen, Wellington Fernando Bastos, Ricardo da Silva Santana, Pedro Dornas Cipriani, Ane Patrícia Flora,
Tópico(s)Autism Spectrum Disorder Research
ResumoRobôs sociais têm sido estudados como ferramentas para aprimorar a interação social entre indivíduos com transtorno do espectro autista (TEA), que frequentemente demonstram maior facilidade em compreender sinais sociais emitidos por robôs do que por humanos. No entanto, o aumento do realismo nos robôs levanta preocupações quanto à formação de vínculos emocionais e ao impacto na capacidade cognitiva de distinguir entre humanos e robôs. A compreensão dos efeitos do antropomorfismo nessas interações ainda é limitada, especialmente no contexto de indivíduos com TEA, indicando uma lacuna importante na literatura. Este estudo qualitativo investigou o impacto de diferentes níveis de antropomorfismo em robôs sociais nas interações sociais de pessoas com TEA. Através de observações semiestruturadas e entrevistas retrospectivas, 20 participantes – 10 com TEA e 10 sem TEA – interagiram com dois robôs sociais, cada um com diferentes níveis de antropomorfismo. Os resultados indicaram que indivíduos com TEA tendem a antropomorfizar os robôs e conseguem diferenciar entre os níveis de antropomorfismo apresentados. Adicionalmente, o efeito do “vale da estranheza” parece se manifestar de forma menos intensa ou de maneira distinta entre os participantes com TEA. Observou-se ainda que ambos os grupos demonstraram preferência pelo robô com alto nível de antropomorfismo, embora com motivações diferentes: os participantes com TEA foram atraídos pelas características empáticas e humanizadas do robô mais antropomórfico, enquanto os participantes sem TEA não demonstraram a mesma necessidade. Estes achados reforçam a importância do design de robôs que atendam preferências individuais, com ênfase em características empáticas e humanizadas, a fim de promover um maior engajamento social em indivíduos com TEA.
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