Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Reanimação durante o Controle de Danos: como é feita e onde podemos melhorar. Uma visão da realidade Brasileira de acordo com profissionais de trauma

2024; Brazilian College of Surgeons; Volume: 51; Linguagem: Português

10.1590/0100-6991e-20243785

ISSN

1809-4546

Autores

Marcelo Augusto Fontenelle Ribeiro, LETICIA STEFANI PACHECO, Juan Duchesne, José Gustavo Parreira, Shahin Mohseni,

Tópico(s)

Injury Epidemiology and Prevention

Resumo

RESUMO Introdução: A hemorragia é a principal causa de morte evitável em vítimas de trauma, resultando em 1,5 milhões de mortes por ano em todo o mundo. A Reanimação durante o Controle de Danos (RCD), derivada de protocolos militares, centra-se no controle precoce da hemorragia e na reposição de volume para combater o “diamante da morte” (hipotermia, hipocalcemia, acidose, coagulopatia). Este estudo avaliou a utilização de protocolos de RCD por profissionais da área brasileiros, levantando a hipótese de ressuscitação subótima devido aos altos custos dos materiais e equipamentos necessários. Métodos: Em 2024, foi realizada uma pesquisa eletrônica entre os membros da Sociedade Brasileira de Trauma para avaliar as práticas de RDC. A pesquisa, respondida por 121 participantes, incluiu dados demográficos e experiência em RCP. Resultados: Todos os 27 estados brasileiros foram representados. Dos entrevistados, 47,9% relataram a disponibilidade do Protocolo de Transfusão Maciça (PTM), e apenas 18,2% utilizaram sangue total. A hipotensão permissiva foi praticada por 84,3%, exceto nos casos de traumatismo cranioencefálico. O uso de ácido tranexâmico foi elevado (96,7%), mas o TEG/ROTEM foi utilizado por apenas 5%. Para o controlo da hemorragia, torniquetes e toracotomia de reanimação foram comuns, mas o REBOA foi raramente acessível (0,8%). Conclusões: os resultados destacam várias inconsistências na implementação das RCD e MTP, principalmente devido a restrições de recursos. Os achados sugerem a necessidade de melhorar a infraestrutura e a adesão a protocolos atualizados para melhorar o atendimento ao trauma e os resultados dos pacientes.

Referência(s)