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O silêncio estruturante da arqueologia do sensível

2025; Editora Univates; Volume: 22; Issue: 1 Linguagem: Português

10.54033/cadpedv22n1-148

1983-0882

Márcio Luís Marangon, Elisandro Rodrigues,

Linguistics and Language Studies

Este artigo aborda por um caminho hermenêutico qual é o espaço do silêncio na constituição humana. O mesmo parte por uma análise histórica-hermenêutica, demonstrando que ao longo da história diversas tradições reconheceram o valor do silêncio na sabedoria e na construção do conhecimento. Para isso, perpassa por autores da Idade Média e também por filósofos modernos, como Nietzsche, para referenciar autores que refletem sobre o tema do silêncio como uma atividade do espírito livre, transcendência e contemplação. Após, o texto envereda-se pela contemporaneidade e a distorção do tema, buscando apontar que vive-se em um mundo de constante hipercomunicação, onde o barulho sufoca a tranquilidade necessária. Como mentor desta distorção aponta-se o capitalismo e suas nuances, utilizando-se novamente de autores que ajudam a entender o perigo da falta de quietude e do desprendimento do silêncio. Por fim, o texto encaminha-se para um apontamento em direção a uma necessária arqueologia do silêncio, que permita o resgate do sentido da palavra e suas atribuições. Indica-se através disso que, em meio ao caos da vida contemporânea, criar espaços de silêncio e reflexão torna-se essencial para prestar atenção aos detalhes, explorando a profundidade das palavras e das coisas, o que nos permite compreender e atuar sobre a complexidade do mundo em que vivemos.