A ideia de Europa no período entre as duas guerras. O Plano Briand e o posicionamento português
2002; Coimbra University Press; Volume: 2; Linguagem: Português
10.14195/1645-2259_2_3
ISSN2183-8615
Autores Tópico(s)Historical Education and Society
ResumoA proposta de união federal europeia apresentada em 1929 na Sociedade das Nações pelo ministro dos negócios estrangeiros de França, Aristide Briand, e o memorando que se lhe seguiu, suscitaram na opinião pública, aqui em Portugal como alhures, vivas reacções de apoio, crítico ou incondicional, e de discreta ou de fanática rejeição. Do lado do poder, o governo português, induzido a dar uma resposta, aproveitou o pretexto para lançar as bases estratégicas do que viria a tornar-se durante décadas sucessivas o posicionamento oficial em matéria de política externa em geral e de relacionamento europeu em particular. Apesar de ser um país europeu, Portugal era também (ou era acima de tudo), na perspectiva do regime, uma Nação que arreigou sólidas raízes de lusitanidade e indeléveis vínculos de civilização noutros espaços de outros continentes, com direitos que não admitia serem questionados e com obrigações a que não pretendia subtrair-se nem desejava ver prejudicadas por eventuais conluios numa qualquer associação europeia. Perante as desilusões, os egoísmos e o desnorteamento de uma Europa à beira da catástrofe, a "opção" portuguesa parecia clara: "regenerar" a pátria, fazer renascer o império, revitalizar a "missão colonial". São as cambiantes e a evolução desse posicionamento português, ao nível político e na sociedade civil, perante a tentativa, no quadro da SDN, de unir a Europa para evitar a guerra, que se analisam no estudo acima intitulado.
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