Morna e coladeira:
2024; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS; Volume: 28; Issue: 64 Linguagem: Português
10.5752/p.2358-3428.2024v28n64p245-264
ISSN2358-3428
AutoresSílvio Rodrigo de Moura Rocha,
Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoEste artigo se propõe a um estudo comparado entre a canção cabo-verdiana Nha cancera ka tem medida, de Pedro Rodrigues, interpretada, em momentos distintos, por Cesária Évora e pelo trio Coladera, formado por músicos do Brasil, de Portugal e de Cabo Verde, e poemas cabo-verdianos de diferentes gerações que compõe o cânone daquele país. Nesse contexto, almejamos analisar a interface entre a morna, a coladeira e a poesia de Cabo Verde, especialmente pela predominância, nos textos selecionados, de um pensamento sobre a terra e a cultura nacional. Percebe-se, a partir da análise semiótica da canção (TATIT, 1997) e do seu cotejamento com os poemas, o quanto a “caboverdianização temática” (SANTILLI, 2007), explícita ou implicitamente, gesta, a partir do conteúdo, o caminho estético que os textos artísticos percorrem em Cabo Verde, seja pela língua escrita, seja pela palavra cantada. Desde os poetas ainda românticos até a morna/coladeira revisitada pelo trio musical aqui referido, passando por Jorge Barbosa e David Hopffer Almada, a semântica telúrica e a musicalidade dos textos apontam na direção da reafirmação do ritmo e da oralidade como elementos fundadores da cultura e da poesia cabo-verdiana.
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