Corpos vulneráveis em evidência: mulheres negras no processo de abortamento
2025; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 18; Issue: 1 Linguagem: Português
10.55905/revconv.18n.1-339
ISSN1988-7833
AutoresWilder Kléber Fernandes de Santana, Lidiane Dias Reis, Fátima Araújo, Fabíola Pessoa Figueira de Sá, Richardson Lemos de Oliveira, Cátia Oliveira, Celso A. Reis, Josele da Rocha Schräder, Ana Filipa Palma dos Reis, Nélson Alexandre Kretzmann Filho, Rosa Maria Ferreira dos Santos Almeida, Patrícia Soares Augusto, Renata Barbosa de Araújo Dutra da Silva, Cícero Thiago Moreira Alves, Paula Paraguassú Brandão,
Tópico(s)Reproductive Health and Technologies
ResumoEste artigo analisa as condições de vulnerabilidade enfrentadas pelas mulheres negras no contexto do abortamento no Brasil, adotando uma perspectiva crítica e decolonial. A temática aborda as interseções entre racismo, gênero e classe, examinando como essas dimensões estruturais influenciam o acesso aos direitos reprodutivos e a vivência do abortamento. O problema de pesquisa concentra-se em compreender como as desigualdades históricas e contemporâneas moldam as experiências das mulheres negras no âmbito reprodutivo e no acesso a serviços de saúde, agravando sua situação de vulnerabilidade. A hipótese sugere que a perpetuação de estruturas racistas e patriarcais nas políticas públicas e nos sistemas de saúde contribui para a exclusão e precarização das mulheres negras, limitando o acesso a um abortamento seguro e às garantias de justiça social. O objetivo geral é propor estratégias de enfrentamento a essas desigualdades, buscando ampliar a efetividade dos direitos reprodutivos sob uma ótica emancipatória. A pesquisa justifica-se pela necessidade de abordar lacunas nas políticas públicas de saúde reprodutiva e pela relevância de visibilizar estudos decoloniais, que oferecem perspectivas transformadoras ao debate. Metodologicamente, adota-se uma abordagem qualitativa baseada em revisão bibliográfica de literatura acadêmica recente e análise crítica de dados e documentos sobre saúde reprodutiva no Brasil. Os resultados indicam que a histórica negligência do Estado em garantir direitos reprodutivos reflete um controle reprodutivo racista e classista. O estudo sugere estratégias baseadas na inclusão interseccional e na promoção de políticas públicas sensíveis às realidades das mulheres negras, contribuindo para a redução das vulnerabilidades e o avanço da justiça reprodutiva.
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