Artigo Acesso aberto

COVID-19 E O IMPACTO NA CONCENTRAÇÃO: COMPREENDENDO O ‘NEVOEIRO MENTAL’ PÓS-INFECÇÃO

2025; Volume: 7; Issue: 1 Linguagem: Português

10.36557/2674-8169.2025v7n1p1648-1660

ISSN

2674-8169

Autores

Bárbara Aparecida Barcelos Carvalho, J. Guareschi, Lucas Vilela Camilo, Jonathan Dalton Doering, Letícia Fernandes dos Santos, Raphael Rodrigues Bezerra, LO Reis, Eduardo da Silva Coelho, João Daniel Caetano do Carmo, Marcos Antônio De Castro Teixeira Júnior, S Macedo, Maria Eduarda Martins Cruvinel, Cláudio Antônio Pinheiro Machado Filho, José Carlos Mann Prado,

Tópico(s)

Health, Nursing, Elderly Care

Resumo

O "nevoeiro mental" pós-COVID, uma condição caracterizada por déficits cognitivos persistentes, tem se mostrado um desafio crescente para a saúde pública. Pacientes que sobreviveram à COVID-19, especialmente aqueles com formas graves da doença, relatam dificuldades de memória, atenção prejudicada e fadiga mental, que afetam diretamente suas capacidades diárias. O presente estudo revisou a literatura científica sobre o impacto cognitivo da COVID-19, com foco nas evidências que apontam a prevalência e as possíveis causas do "nevoeiro mental". Foram avaliados 24 artigos, selecionados a partir de buscas nas bases de dados PubMed, Scopus e Google Scholar, com o critério de inclusão de estudos publicados entre 2020 e 2024, em inglês ou português. Artigos que não abordaram diretamente o impacto cognitivo ou que não estavam disponíveis na íntegra foram excluídos. A metodologia envolveu uma análise crítica dos resultados, com foco em estudos de coorte, revisão sistemática e meta-análises. Os resultados indicaram que a prevalência de sintomas cognitivos pós-COVID é alta, com até 50% dos pacientes afetados, especialmente os que enfrentaram quadros graves da doença. A neuroinflamação, a disfunção da barreira hematoencefálica e os fatores psicossociais, como ansiedade e depressão, são frequentemente observados como contribuintes significativos para o desenvolvimento do "nevoeiro mental". Além disso, a condição foi mais prevalente em mulheres, idosos e trabalhadores essenciais. A análise também destacou que a reabilitação cognitiva e física pode acelerar a recuperação, embora a duração dos sintomas e a eficácia dos tratamentos ainda sejam áreas com lacunas na pesquisa. A conclusão aponta para a necessidade de uma abordagem multidisciplinar no tratamento do "nevoeiro mental" e a urgência de novas pesquisas sobre o impacto prolongado da COVID-19 no cérebro. Além disso, recomenda-se a implementação de políticas de saúde pública que visem o diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos adequados para os pacientes afetados. O estudo também destaca a importância de investigar as causas biológicas e psicossociais dessa condição para o desenvolvimento de intervenções mais eficazes.

Referência(s)