#104 Libertação de iões de cobalto de ligas metálicas biomédicas de Co-Cr, estudo in vitro
2024; CIG Media Group; Volume: 65; Issue: s1 Linguagem: Português
10.24873/j.rpemd.2024.12.1328
ISSN1647-6700
AutoresAntónio Varela, Pedro Nicolau, Ana Messias, Ana Cristina, Artur J. M. Valente, Sónia I. G. Fangaia,
Tópico(s)Orthopaedic implants and arthroplasty
ResumoObjetivos: Embora o cobalto seja um micronutriente essencial para o funcionamento do corpo humano, a sua libertação excessiva na cavidade oral pode causar efeitos adversos tais como reações de hipersensibilidade e alterações citotóxicas. Neste trabalho in vitro pretendemos quantificar os iões de cobalto libertados de ligas metálicas de Co-Cr obtidas por fundição e selective laser melting (SLM). Métodos: Trinta e dois lingotes de Co-Cr obtidos por fundição e SLM foram testados neste estudo, respetivamente. As amostras foram lavadas com água destilada, limpas com etanol e de seguida pesadas em balança de precisão. Dividiram-se em 4 grupos aleatoriamente, sendo o grupo I, o de controlo, onde os lingotes foram imersos em soro fisiológico; os grupos II, III e IV os lingotes foram imersos em saliva artificial com pH 4.0, 6.8 e 8.0, repetivamente. Cada lingote foi imerso individualmente em 35 mililitros da solução correspondente ao grupo a que pertence e armazenado numa incubadora, que simula as condições da cavidade oral (temperatura padrão de 37 °C e agitação 170 rotações por minuto) durante 30 dias. Ao 3º e 30º dias, foram recolhidos 5 mililitros de cada solução de imersão e analisados por espectrometria de emissão por plasma acoplado indutivamente. Os lingotes metálicos foram também pesados antes da imersão e aos 30 dias. Após a recolha dos resultados, estes foram sujeitos a tratamento estatístico. Resultados: Todos os grupos testados, excepto as ligas fundidas imersas em água destilada e saliva artificial pH4 apresentaram ganhos de massa estatisticamente significativos. Segundo o teste Three-way ANOVA existe um comportamento semelhante das ligas fundidas e SLM em diferentes meios ao longo do estudo mas não foi possível identificar diferenças significativas entre os dois grupos quando submersos no mesmo meio. No entanto, as ligas obtidas por SLM libertaram menos iões de cobalto em comparação com as ligas fundidas. Em ambiente ácido houve uma maior libertação de iões de cobalto em ambas as ligas e existe uma libertação crescente de iões ao longo do tempo. Conclusões: Pelos resultados obtidos e de acordo com as limitações de um estudo in vitro podemos afirmar que a utilização de dispositivos protéticos obtidos por Selective Laser Melting deve ser preferencial uma vez que liberta menor quantidade de iões de cobalto que as ligas de Co-Cr fundidas.
Referência(s)