POR QUE NÃO SE MATAR?: O INTERDITO DO SUICÍDIO DOS ESCRAVIZADOS POR MEIO DA SUBSTITUIÇÃO DO IMAGINÁRIO RELIGIOSO
2025; Volume: 8; Issue: 1 Linguagem: Português
10.29327/269579.8.1-17
ISSN2595-4911
Autores Tópico(s)Religion and Society in Latin America
ResumoPara além da moralização cristã, a prática do suicídio entre os escravizados apontava para a resistência contra ao sistema escravista, bem como para as esperanças imaginárias de retorno à África. O presente artigo objetiva apontar a substituição do imaginário dos escravizados no que tange as espiritualidades africanas, como mecanismo religioso católico para a interdição do suicídio. Pretende-se demonstrar que tal mecanismo estava mais a serviço da economia escravista, tanto na colônia como no império, do que ocupado e preocupado com a vida dos escravizados que foram forçosamente trazidos para o Brasil. A catequização, mecanismo para a substituição do imaginário, se estabeleceu como meio eficaz, ainda que nem sempre eficiente para a contenção dos prejuízos dos escravizadores, pois a substituição do imaginário pode ser deduzida, mas jamais mensurada. Reforçamos assim, o quanto a religião, em especial o catolicismo romano, esteve a serviço do sistema escravista no desenvolvimento da sua teologia racista, sobretudo, durante o período Medieval e no desenvolvimento da catequização de negros e negras.Oartigo evidenciou-se por meio da análise de documentos históricos, bem como, por meio de referenciais bibliográficos daqueles e daquelas que se ocupam do tema da escravidão e do suicídio dos escravizados. A despeito da valorização da vida que a religião deve expressar, evidencia-se no artigo, sua atuação a serviço dos poderosos e opressores que buscavam subalternizar os corpos negros.
Referência(s)