Pedro de Castro do Canto e Melo (1866-1934) e o "naturalismo retardatário"
2024; UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA; Volume: 24; Issue: 3 Linguagem: Português
10.47677/gluks.v24i3.487
ISSN2318-7131
AutoresLeonardo de Souza Mendes, Joanna Corrêa,
Tópico(s)Historical Education and Society
ResumoEsse trabalho objetiva redescobrir o escritor brasileiro esquecido Pedro de Castro do Canto e Melo (1866-1934) e estudar sua obra naturalista. Partimos do lugar reservado ao autor na historiografia literária como um “naturalista retardatário” que foi esquecido porque chegou tarde à cena literária. No intuito de desafiar essa explicação e compreender a produção do autor no contexto da cena literária paulistana entre 1890 e 1920, propomos uma descrição de sua trajetória biográfico-literária. Em seguida, examinamos seus dois romances, Alma em delírio (1912) e Mana Silvéria (1913), atentando para a recepção dos livros e sua repercussão na imprensa, incluindo uma terceira edição do segundo romance, em 1961. Estudaremos as obras na comparação com outros romances naturalistas, de modo a discernir sua contribuição a temas e procedimentos da estética, tais como a hereditariedade, o anticlericalismo, a crítica ao escravismo, os personagens do imigrante português e da mulher dona de suas ideias, o olhar científico e o desfecho trágico. Também atentamos para marcas góticas e folhetinescas discerníveis nos romances. Ao final, sugerimos que o esquecimento de Canto e Melo é mais bem compreendido como resultado do viés antinaturalista da historiografia e como uma consequência das batalhas modernistas.
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