Artigo Acesso aberto Revisado por pares

#SPODF2024-CC2 Tração ortodôntica de incisivo central superior incluso com dilaceração radicular – Caso clínico

2024; CIG Media Group; Volume: 65; Issue: s1 Linguagem: Português

10.24873/j.rpemd.2024.12.1351

ISSN

1647-6700

Autores

Joana Cruz, Margarida Venâncio, Carlota Maura, Joana Godinho, Rui Pedro Gomes Pereira, Luís Jardim,

Tópico(s)

dental development and anomalies

Resumo

Introdução: A inclusão dos incisivos centrais superiores é a terceira forma mais comum de inclusão dentária. Devido à sua localização, a ausência destes dentes tem impacto na estética facial, função, fonética e fisiologia, sendo imperativa a sua resolução. O tratamento pode incluir ortodontia intercetiva para favorecer a erupção, a exposição, tração ortodôntica e alinhamento ou a exodontia do dente incluso. Entre as causas de impactação salientam-se a dilaceração radicular, traumatismos na dentição decídua, a presença de mesidens e o desenvolvimento ectópico do gérmen. O prognóstico depende de fatores como a anquilose, reabsorção radicular e exposição radicular do ápex, após a tração. Descrição do caso clínico: O paciente de 9 anos de idade, saudável, foi referenciado para a clínica pós-Graduada de Ortodontia da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, com a queixa de “ter um dente que não nasce”. Na anamnese não refere história de traumatismo. Na consulta foram efetuados registos fotográficos, impressões para modelos e exames radiográficos de diagnóstico. O perfil era convexo, com retrusão do mento, relação basal intermaxilar distal e padrão hiperdivergente. No exame intra-oral, o paciente encontrava-se em fase de dentição mista, com ausência do dente 21 e sobremordida vertical diminuída. As radiografias confirmaram a inclusão e dilaceração radicular severa deste dente. O plano de tratamento consistiu na tração ortodôntica com um aparelho fixo parcial, arco palatino modificado e tração extra-oral, seguido de aparelho fixo bimaxilar. Foi feita a exposição cirúrgica e tração, com retalho de reposicionamento apical, de forma a manter a arquitetura dos tecidos periodontais. Não foi possível corrigir totalmente a posição radicular devido a uma dilaceração severa da raiz, aceitando-se uma pequena discrepância no alinhamento dos incisivos centrais, salvaguardando assim a vitalidade pulpar. Discusão: A intervenção nos incisivos centrais superiores impactados deve ocorrer o mais cedo possível, uma vez que quanto mais jovem é o paciente, mais rápido e previsível é o tratamento. A dilaceração da raiz é um obstáculo ao sucesso do tratamento, podendo impossibilitar uma correta posição final na arcada dentária. No caso clínico apresentado foi possível efetuar com sucesso a tração ortodôntica precoce e obter estabilidade na posição final do incisivo. Conclusões: A intervenção precoce foi uma das razões para o sucesso. A camuflagem estética da angulação do dente 21 permitiu manter a vitalidade pulpar.

Referência(s)