Estética e políticas do folclore

2001; Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa; Volume: 36; Issue: 158 Linguagem: Português

ISSN

2182-2999

Autores

João Paulo Angelo Vasconcelos,

Tópico(s)

Educational Practices and Policies

Resumo

O termo «folclore» tanto e usado entre nos enquanto sinonimo aproximado de «cultura popular» como serve para designar o estudo ou ainda a figuracao dessa cultura. E do folclore neste ultimo sentido que falarei. Refiro-me, mais especificamente, ao folclore dos ranchos folcloricos, dos desfiles de trajes tradicionais e de outras mostras performativas e museograficas de âmbito local ou regional. Seguindo Richard Handler, considero que «a engrenagem da exibicao das dancas folcloricas e tao cultural como as dancas que se exibem» e que, na medida em que «ambas sao cultura, cultura moderna, sao ambas passiveis de analise antropologica» (Handler, 1993, pp. 67-68). Para ser mais preciso, a abordagem que aqui ensaio tem como ponto de partida um entendimento do folclore enquanto objecto definidor de um campo social, no sentido que Pierre Bourdieu conferiu a nocao. Aiunilando ainda mais esta opcao analitica, foco a atencao ao nivel dos discursos sobre o folclore em curso dentro do campo. Nos discursos em torno do folclore portugues, desde a sua genese, nos anos 30, ate ao presente, julgo encontrar uma polarizacao entre duas formas de concebe-lo entre um paradigma da reconstituicao, que faz do folclore representacao tao fiel quanto possivel dos costumes de outrora, e um paradigma da estilizacao, que faz do folclore um objecto em

Referência(s)