Combater, viajar, rezar

2005; Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa; Issue: 176 Linguagem: Português

ISSN

2182-2999

Autores

René Pélissier,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

Nao e preciso mais do que o verbo «amar» para fazer um ser humano completo. Quase completo! Mas o amor encontra-lo-emos em alguns dos titulos referidos mais abaixo. Mesmo nos livros de guerra, o amor — ou o seu contrario — surge; sobretudo quando os seus autores nao a fizeram pessoalmente. O amor em O Paparratos? Verdadeiramente nao, mas uma certa nostalgia positiva dos anos de juventude de Jose Pardete Ferreira, isto e, neste caso, os dois anos (1969-1971) que passou como medico militar na Guine. Inicialmente mobilizado numa companhia de comandos no territorio dos manjacos, depois afecto ao Hospital Militar de Bissau, ele evoca neste romance «historico» factos reais, como (1) a evacuacao de Madina do Boe (futura capital provisoria do PAIGC), (2) o ataque portugues contra Conakry, (3) a captura de um capitao cubano proximo de Guiledge e o seu tratamento pelos medicos portugueses em Bissau. O leitor fica a saber que o chefe de posto (?) de Cacheu e uma parteira cabo-verdiana foram presos pela PIDE, acusados de serem «dirigentes» do PAIGC. Pelo mesmo editor, muito dinâmico a nivel da literatura de guerra, recomendamos as recordacoes apaixonantes de Jose Alberto Mesquita, tambem ele, actualmente, medico. Decididamente, os medicos constituem uma percentagem muito grande dos autores que escrevem sobre a guerra colonial. Entre 1968 e 1972, o nosso homem ainda nao pertencia a este grupo profissional, mas este filho de um militar de carreira alistou-se em Lourenco Marques e descreve-nos a formacao dos aspirantes em Boane, depois a sua afectacao, enquanto alferes, a um destacamento de soldados mocambicanos

Referência(s)