Economia, ideologia e voto: Europa o Sul 1985-2000
2003; Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa; Volume: 38; Issue: 167 Linguagem: Português
ISSN
2182-2999
AutoresMarina Costa Lobo, André Freire,
Tópico(s)Social Policy and Reform Studies
ResumoO presente trabalho analisa o papel da economia no comportamento eleitoral na Grecia, Portugal e Espanha. Na primeira parte do artigo analisaremos as condicoes economicas objectivas em que se encontram os paises e o tipo de medidas promulgadas pelos governos antes das eleicoes. A teoria classica do ciclo politico-economico (Nordhaus, 1975, pp. 169-170) pressupoe que o governo, como maximizador do voto, manipule a economia de modo a aumentar as suas hipoteses de reeleicao. Numa epoca de marketing politico, a economia real podera nao estar no centro das decisoes dos eleitores. Aquilo que conta e o modo como os eleitores veem a economia real e em qual dos discursos partidarios sobre a mesma estao dispostos a acreditar (Norporth, 1991, p. 304). Assim, apresentaremos aqui as percepcoes economicas dos eleitorados, de modo a averiguarmos se estao em consonância com as condicoes economicas objectivas, avaliadas com base em diversas medidas economicas. Na segunda parte do artigo elaboramos uma fiincao do voto para a Grecia, Portugal e Espanha e testamos o impacto do voto economico tendo em consideracao as teses de Gunther e Montero (2001) sobre a fragilidade das clivagens sociais e politicas na explicacao do comportamento eleitoral grego e portugues (e, em menor grau, espanhol). De acordo com investigacoes bem estabelecidas, o comportamento eleitoral depende tanto de efeitos de longo prazo (clivagens sociais, identificacao partidaria e sistemas de valores) como de efeitos de curto prazo (questoes em debate, nomeadamente economicas, avaliacoes dos candidatos e outros acontecimentos sociais e politicos especificos). Desde pelo menos os finais da decada de 70 ou o inicio dos anos 80 tem-se defendido que o impacto dos efeitos de longo prazo sobre o comportamento eleitoral esta em declinio
Referência(s)