Dissertação Revisado por pares

Um balanço entre o multilateralismo e o unilateralismo na política externa dos EUA no caso da guerra contra o Iraque em 2003

2014; Linguagem: Português

ISSN

2639-6459

Autores

Fábio Arroyo Fávero,

Tópico(s)

Global Peace and Security Dynamics

Resumo

O objetivo desta dissertacao e fazer uma investigacao a respeito do impacto e influencia que a diplomacia, em sua vertente multilateral, pode ter sobre a opcao dos membros do governo dos EUA em fazer uso de suas forcas armadas no exterior. A analise e desenvolvida com base no estudo de caso especifico da Guerra contra o Iraque, que teve inicio em marco de 2003. Primeiramente desenvolvemos uma delimitacao conceitual do que entendemos por unilateralismo e multilateralismo como sendo categorias de classificacao do grau de abertura e influencia de outros atores na politica externa de um determinado Estado. Em seguida, fazemos uma revisao bibliografica da historia da politica externa norte-americana, identificando os sentidos e possiveis fontes respectivas do unilateralismo e multilateralismo neste panorama, e quais as suas especificidades. Finalmente, desenvolvemos a analise proposta, atraves da contextualizacao da questao iraquiana e do envolvimento norte-americano nela, para em seguida identificarmos na acao dos EUA o grau em que sua atuacao diplomatica envolveu outros atores e interesses, com vistas a realizarmos uma gradacao do seu multilateralismo ou unilateralismo e se esta categorizacao serve para o melhor entendimento do papel que a diplomacia teria na politica externa dos EUA especificamente no caso da guerra resultante deste processo. Nossas conclusoes apontam para um balanco complexo, pois as fontes trabalhadas indicam uma forte vocacao unilateral na escolha da opcao militar para desarmar o Iraque. Porem, ao mesmo tempo e possivel notar que houve um amplo e sistematico esforco de convencer aliados e especialmente o Conselho de Seguranca da ONU da legitimidade e da necessidade da acao militar contra o Iraque. E este esforco parece nao ter sido mais insistente por conta de condicoes domesticas favoraveis a guerra, como o apoio do Congresso dos EUA, e a ameaca de um veto feito abertamente por parte de outros membros da ONU, sendo que este ultimo fator neutralizaria qualquer chance de aprovacao de uma resolucao explicita quanto ao uso da forca militar contra o Iraque. Este esforco diplomatico confirma os limites da qualificacao da Guerra contra o Iraque como sendo estritamente unilateral, e a importância que tal legitimacao diplomatica parece ter para os membros do governo dos EUA quanto ao uso da forca militar no exterior

Referência(s)