O MFA nas colónias: do Congresso dos Combatentes ao 25 de Abril
2000; Catholic University of Portugal; Volume: 9; Issue: 9 Linguagem: Português
ISSN
0872-0215
Autores Tópico(s)Historical Education and Society
Resumo1. Introducao No estudo e duvulgacao do 25 de Abril, enquanto fenomeno sociologico complexo, nas suas diversas componentes militar, politica, social, cultural, historica, que vem sendo objecto de muitas e variadas abordagens, quer em Portugal quer no estrangeiro, continua a haver um espaco em aberto, que nao tem merecido suficiente curiosidade aos investigadores. Trata-se da extensao e dinamizacao do Movimento das Forcas Armadas (MFA) e do seu antecessor, Movimento dos Capitaes, as varias colonias, nomeadamente as que constituiam teatros de operacoes na guerra colonial, e do papel que desempenharam, ou nao, no crescimento, aprofundamento e consolidacao daquelas organizacoes. O ambiente nas colonias era ingrato e pouco favoravel ao germinar de processos conspirativos no meio militar. E certo que era ai que se estava em contacto directo com a guerra que veio a constituir o facto determinante que esteve na origem da contestacao dos militares e ate da sua consciencializacao politica. E certo tambem que foi ai que se tornou mais intimo o contacto dos militares do Quadro Permanente (QP) com os seus camaradas do Quadro de Complemento (QC), os milicianos, que tambem contribuiu para o despertar das suas preocupacoes politicas. Mas, inversamente, a guerra gerava um clima algo inibitorio, na medida em que o questionamento de problemas politicos de fundo podia ser aproveitado pelo poder politico e pelas hierarquias militares para levantar suspeitas, ou mesmo acusacoes, de divisionismo, afectacao do moral das tropas, favorecimento do inimigo, todos os condimentos que justificassem o anatema da “traicao”, a que os militares sao particularmente sensiveis.
Referência(s)