Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS EM RITUAIS DE UMBANDA: ESTUDO DE CASO NO SUL DO BRASIL

2021; Volume: 6; Issue: 3 Linguagem: Português

10.18542/ethnoscientia.v6i3.10505

ISSN

2448-1998

Autores

Maria Eduarda Alves Ferreira, Guilherme Alves Elias, Viviane Kraieski de Assunção, Vanilde Citadini‐Zanette,

Tópico(s)

Phytochemistry and Bioactivity Studies

Resumo

A utilização de plantas para fins medicinais é uma prática milenar em todo mundo. No Brasil, o uso de plantas medicinais em rituais nasceu da miscigenação entre os indígenas, africanos, europeus e seus descendentes, que expandiram para a Umbanda. A Umbanda surgiu no Brasil como uma religião única, com influência africana, cristã, espírita e indígena. A utilização dos vegetais nos rituais de Umbanda é diversificada e complexa, ligada diretamente ao conjunto de divindades cultuadas na região, portanto as espécies utilizadas variam muito entre os terreiros. Neste sentido, este estudo pretendeu registrar as plantas medicinais utilizadas em rituais do Centro Umbandista Pai Tomé e Cabocla Indaiá da Cachoeira (CEUPTCIC), no município de Cocal do Sul, sul de Santa Catarina, Brasil. O levantamento botânico foi feito por meio de entrevista com a dirigente espiritual da casa, que detém maior conhecimento sobre plantas medicinais em seus rituais. Um espécime de cada planta indicada foi coletado para identificação e registro do estudo. Os dados obtidos na entrevista foram comparados com estudos etnobotânicos publicados em diferentes regiões do Brasil. Foram mencionadas pela entrevistada seis espécies vegetais (Lavandula dentata L., Mentha rotundifolia L., Petiveria alliacea L., Rosa alba L., Rosmarinus officinalis L. e Ruta graveolens L.) para fins terapêuticos e, destas, quatro são aplicadas em seus rituais. P. alliacea e R. graveolens foram as espécies mais utilizadas em rituais afro-brasileiros em diferentes regiões do Brasil, presentes em sete estudos de dez consultados. Embora encontrado referências que respaldam a utilização das espécies no Centro Umbandista, ficou clara a necessidade de maior investigação quanto às patologias dessas espécies indicadas pela entrevistada e não encontradas na literatura.

Referência(s)